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Artigo exclusivo

Madrastra larga corpo de Valentina no pinhal e vai ver telenovela

Márcia disse que não salvou a menina por medo de Sandro.

25 de março de 2021 às 01:30

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Márcia esteve sempre a chorar e pediu para se sentar várias vezes ao longo das duas horas de interrogatório, em que foi destacando o seu amor pelos filhos e o medo que tinha de ser presa e ficar sem eles. Ia depois explicando as circunstâncias em que Valentina, de nove anos, foi espancada, deixada a morrer no sofá e, já de noite, o seu corpo levado para o pinhal.

De volta a casa, contou ainda, Sandro seguiu para o quarto e Márcia ficou a ver a sua novela favorita, como fazia habitualmente. Uma indiferença que levou o juiz de instrução a não esconder a ironia: “Tinha amor de mãe e olhava pelos filhos, mas havia ali alguém que não tinha ninguém a olhar por ela, a Valentina”.

Quando confrontada com a possibilidade de ter pedido ajuda, Márcia disse que tinha medo de ser presa e ficar sem os filhos.

As declarações prestadas perante o juiz de instrução, em maio do ano passado, são semelhantes às que Márcia fez na primeira audiência de julgamento, em fevereiro. Esta quarta-feira, a arguida ouviu as suas próprias declarações quase sempre com o olhar fixo no chão, mas sem chorar, e no final disse que confirmava “tudo o que tinha dito nesse dia”, ao ser questionada pela Procuradora do Ministério Público.

Também Sandro, que esta quarta-feira se manteve em silêncio e sem esboçar qualquer reação perante a companheira, disse que tinha estado a ver séries policiais enquanto a filha agonizava no sofá da sala, depois de ser espancada na cozinha e na casa de banho. O filho de Márcia, de 13 anos, também o confirmou.

Confirma abusos sexuais a menina

Márcia contou que Valentina foi vítima de abusos sexuais por parte de um homem a quem chamava de padrinho. A madrasta da menina disse ao juiz, quando foi ouvida no primeiro interrogatório judicial, que foi a menor quem o revelou. Só souberam a 6 de maio do ano passado, no dia da sua morte, e foi por esse motivo, garantiu, que Sandro “perdeu a cabeça”. Ainda segundo o mesmo testemunho, a criança terá garantido que o padrinho lhe dava prendas, falando com naturalidade desses contactos sexuais. Márcia referiu ainda que uma ex-ama da criança lho tinha contado e que tinha dito que Valentina tinha comportamentos impróprios com a sua filha.

Em Leiria, na primeira sessão de julgamento - o mês passado -, Márcia não estava tão segura sobre os supostos crimes sexuais que dizia terem existido. E a PJ, que chegou a investigar os abusos, também arquivou as suspeitas porque todos recuaram nas acusações. A autópsia à criança foi depois inconclusiva relativamente a essa matéria.

pormenores

Alegações finais

O julgamento prossegue amanhã à tarde, no Auditório Municipal da Batalha, com a reprodução das declarações de Sandro no primeiro interrogatório judicial, que têm mais de uma hora de duração. Deverá ainda haver tempo para as alegações finais, uma vez que já foram ouvidas todas as testemunhas.

Anomalias no serviço 

A sessão desta quarta-feira começou com atraso, causado por “anomalias no serviço”, que resultaram de um bloqueio no sistema informático. Foi necessário reiniciar o sistema e pedir ajuda a um informático para que fosse possível a reprodução das declarações da arguida.

Mais espaço

O processo mudou-se do Tribunal Judicial de Leiria, onde decorreu a primeira sessão, em fevereiro, para a Batalha, por o espaço ter condições mais adequadas ao cumprimento das regras impostas pela pandemia de Covid-19. O auditório tem 40 lugares e pode acolher jornalistas e público, para além dos intervenientes na sessão.

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