Diogo e o filho de 15 meses perderam a vida esmagados pela árvore no Monte.
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Gustavo nasceu com apenas seis meses. Frágil e prematuro lutou pela vida e resistiu. Os pais – Diogo e Joana Camacho – nunca saíram do seu lado. A luta também era deles. O menino sobreviveu, tinha agora 15 meses. Os três viviam felizes. Ontem iam participar na procissão da Senhora do Monte, uma forma de agradecerem a ‘ajuda divina’ na fase mais complicada que viveram após o nascimento. Quis o destino que pai e filho perdessem a vida, esmagados pela árvore que tombou sobre dezenas de pessoas. Gustavo estava ao colo do pai. A mãe estaria ao lado. Ao que foi possível apurar, luta agora pela vida no hospital.
"Esta tragédia quase que apanhava a minha família toda"
Diogo Camacho tornou-se o primeiro rosto da tragédia. Conhecido na Madeira pela ligação aos ralis, deixou dezenas de familiares e amigos atónitos com o sucedido. "O que têm estes senhores governantes para dizer à esposa e mãe que vê sua família completamente destroçada de um momento para o outro?", questionava uma amiga da família nas redes sociais horas depois da tragédia.
Lídia Abreu é outra das vítimas mortais já identificadas. Trabalhava num café próximo do local onde veio a morrer esmagada. "Hoje perco uma grande amiga e colega de trabalho. Vou sentir imensa falta onde quer que estejas", lamentava uma colega após saber do sucedido.
Entre as 13 vítimas mortais há uma criança. Entre os nove adultos, de acordo com o secretário regional, estão dois estrangeiros, de nacionalidade húngara e francesa. As vítimas portuguesas serão todas naturais da Madeira, mas algumas teriam residência no Continente ou no estrangeiro. À hora de fecho, uma das vítimas estava por identificar.
Os corpos vão ser autopsiados pelo Instituto de Medicina Legal, que reforçou os meios na Madeira com uma Equipa de Intervenção em Desastres de Massas para agilizar o processo e acelerar a entrega dos corpos às famílias.
Bispo do Funchal celebrava missa na hora da tragédia e mostra "grande consternação""Quando terminávamos a missa, soubemos do grave acontecimento. Anulámos, de imediato, a procissão, dirigi- -me ao local e contactei com pessoas diretamente afetadas, a quem expressei a nossa profunda solidariedade e comunhão no sofrimento e na tristeza", disse o bispo do Funchal, D. António Carrilho, que celebrava a missa em honra da Senhora do Monte na hora da tragédia.
"Convido todos os diocesanos à comunhão da oração por todas as vítimas da tragédia, pelos feridos, pelos mortos e suas famílias, e também por todos os envolvidos no socorro imediato às vítimas", disse o prelado, em nota enviada ao CM.
Senhora do Monte venera-se há quase cinco séculos
A primeira ermida dedicada à Senhora do Monte foi edificada logo no início do povoamento da ilha, no século XV. Mas a primeira igreja foi edificada em finais do século XVI e destruída por um terramoto em 1748. Nessa altura foi construído o atual templo, que é o mais concorrido do Funchal.
Tragédia marca celebrações da Senhora do Monte pelo segundo ano consecutivo
Há precisamente um ano, os festejos da Senhora do Monte também foram cancelados devido a outra tragédia. Na altura, vários incêndios florestais cercaram o Funchal, provocando três mortos, um ferido grave, quase três centenas de casas danificadas e prejuízos avaliados em 157 milhões de euros.
PORMENORES
"Tremor de terra"
Uma testemunha contou ao CM que "parecia o fim do mundo" quando caiu a árvore. E descreveu a sensação como um "tremor de terra". A mesma testemunha diz que viu a senhora com o filho morto nos braços. "Não me sai da cabeça", relatou a mulher a chorar sem conseguir entender o que se passou.
Criança nos braços
Outra testemunha relatou ao CM que um senhor " tinha uma criança nos braços" com cerca de 10 anos. "Sentíamos que o menino não estava bem", desabafou, visivelmente consternado com a tragédia. Mais à frente viu duas senhoras com "muito sangue".
Energias canalizadas
O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, expressou ontem solidariedade às famílias das vítimas da queda da árvore na freguesia do Monte e pediu para que as energias sejam canalizadas para as pessoas afetadas, numa missiva enviada ao bispo do Funchal, António Carrilho.
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