Padre Licínio Luís foi exonerado após declarações polémicas.
O padre Licínio Luís, capelão da Base e da Escola de Fuzileiros, foi exonerado das funções após ter criticado nas redes sociais o almirante Gouveia e Melo, chefe da Armada, devido à reprimenda que o CEMA deu ao elementos daquele corpo especial da Marinha, após a prisão preventiva de dois marinheiros fuzileiros pela participação nas agressões que resultaram na morte do agente da PSP Fábio Guerra, no dia 19, à porta de uma discoteca em Lisboa. "A Marinha confirma que o Sr. Capelão Licínio teve uma audiência com o Sr. Almirante CEMA. À data de hoje, 29 de Março, o Sr. Capelão encontra-se exonerado", disse ao CM fonte oficial da Armada. Ao início da noite, o padre fez um pedido de desculpas nas redes sociais. O CM sabe que a exoneração pode vir a ser revertida, situação que, de acordo com fontes militares, está "em avaliação".
Antes, tinha escrito em tom de crítica: "Não te deixes levar pelas primeiras impressões. A justiça que siga o seu caminho", escreveu de forma geral o capelão, assumindo a posição que, sabe o CM, é generalizada entre os fuzileiros: "Os jovens estavam a divertir-se e foram provocados. Um deles campeão nacional de boxe, no seu escalão, foi atingido à falsa fé [algo que as imagens de videovigilância comprovam] e reagiu. Quem não o fazia?. É selvagem por isso?", questiona, aludindo a uma passagem do discurso de Gouveia e Melo aos fuzileiros. "O senhor Almirante, que aguarde pela justiça. O senhor Almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos? [por acaso, Gouveia e Melo é abstémio, sabe o CM]. Juízo com os nossos julgamentos", escreveu o padre Licínio Luís, que está na Armada como capelão há 25 anos – sendo muito querido junto dos fuzileiros por acompanhar de perto os exercícios e missões, chegando mesmo as realizar com eles as marchas de dezenas de quilómetros.
De acordo com reproduções do escrito pelo padre nas redes sociais, Licínio Luís pede que se aguarde pelas investigação e defende o direito de "os nossos jovens" (os dois fuzileiros) a serem respeitados.
"Os jovens da PSP [cinco fora de serviço] estavam no mesmo âmbito [diversão na discoteca] e alcoolicamente tão bem dispostos como os nossos. Juízo com os nossos julgamentos", concluiu o padre, no seu texto de resposta a uma publicação na rede social Facebook.
Depois de exonerado, o capelão reconheceu que errou ao dirigir-se de forma "incorreta, inapropriada, interpretativa e pública ao Almirante CEMA, que respeito". "Reli o discurso dele e constato que defendeu a decência humana que a todos nos deve animar". "Sempre foi um adepto dos fuzileiros e não tenho dúvidas, agora mais a frio, que tomou a única decisão possível e ética ao traçar para toda a Marinha uma linha vermelha de comportamento." O padre pediu ainda desculpa aos fuzileiros por "não ter defendido bem a posição cristã, que nenhuma agressão deve servir de resposta a qualquer ato terceiro, muito menos violência que possa ter contribuído para o falecimento de um agente da PSP, que lamento imenso".
O almirante afirmara, no discurso aos fuzileiros, que "os acontecimentos do último sábado já mancharam as nossas fardas, independentemente do que vier a ser apurado" e apelidou de "covardes" e "selvagens" quem pontapeia "um ser caído no chão". Disse ainda que não queria "arruaceiros" na Marinha.
Centenas de atuais e ex-fuzileiros recorreram esta terça-feira às redes sociais para manifestar apoio ao capelão, que tem o posto militar de capitão-tenente. "Nunca caminharás sozinho", publicaram com fotografias do padre.
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