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Organizadores dos 'coletes amarelos' em Portugal defendem ideias de extrema direita

Ação marcada para 21 de dezembro é louvada pelo PNR. Organizadores elogiam figuras como Salazar ou Bolsonaro.

11 de dezembro de 2018 às 15:36

Um movimento lançado na rede social Facebook apela a uma grande ação de protesto em Portugal, marcada para o dia 21 de dezembro. A ideia será fazer um bloqueio ao estilo dos 'coletes amarelos' franceses. Ao início da tarde desta terça-feira, a página do movimento 'Vamos Parar Portugal Como Forma De Protesto' indicava que 12 mil pessoas tinham confirmado a presença e outras 42 mil demonstravam interesse no "bloqueio" que terá como cenário a A8, a autoestrada que liga Lisboa a Leiria, atravessando a região Oeste. 

"Vamos reunir o maximo de pessoas, vamos parar a A8 pode ser que assim nos ouçam", lê-se no texto de apresentação do movimento que sublinha o teor do protesto: "Percebam uma coisa, isto não é nehuma manifestação. Isso já fazem 200 por ano, e nada é feito. Isto é um bloqueio!!! Portesto!!! Uma revolta do povo unido até o povo ser ouvido"

"Vamos reunir o maximo de pessoas, vamos parar a A8 pode ser que assim nos ouçam", lê-se no texto de apresentação do movimento que sublinha o teor do protesto: "Percebam uma coisa, isto não é nehuma manifestação. Isso já fazem 200 por ano, e nada é feito. Isto é um bloqueio!!! Portesto!!! Uma revolta do povo unido até o povo ser ouvido"

No entanto, rapidamente este movimento teve uma resposta nas redes sociais e na Internet. O site Botequim, por exemplo, alerta que o protesto dprevisto para as 7h00 do dia 21 de dezembro (uma sexta-feira) está ser convocado por "nacionalistas e neo-fascistas" e avisa "Não se deixem manipular pela extrema-direita. Informem-se, pesquisem, antes de aderir a eventos. Não entrem no jogo do inimigo!"

O site Polígrafo, criado por uma equipa de jornalistas que faz a verificação da veracidade das informaçõs que circulam nos media e na praça pública analisou os conteúdos da iniciativa e as publicações nas redes sociais do seus organizadores. E conclui que  "três dos seis organizadores têm publicações de cariz extremista e xenófobo nas respetivas páginas no Facebook. Desde mensagens de apoio a Jair Bolsonaro no Brasil até demonstrações de saudosismo pelo regime de António de Oliveira Salazar em Portugal, passando por apelos à adesão ao movimento de André Ventura, Chega!, o qual defende "trabalho obrigatório nas prisões" e "castração química de pedófilos", por exemplo".

O evento de 21 de dezembro também tem sido publicitado pelo Partido Nacional Renovador, força de extrema direita que tem concorrido a várias eleições em Portugal. O PNR apoia um outro protesto, marcado para o mesmo dia 21 de dezembro, na A1, no Porto.

O site Polígrafo diz, no entanto, que o termo "fascistas" é excessivo e não vê ligações formais dos mentores do protesto a movimentos organizados. "Alguns dos organizadores difundem mensagens de extrema-direita e xenófobas, mas não podemos concluir que sejam fascistas (no sentido menos lato do conceito) e não encontramos qualquer ligação a movimentos políticos organizados. Mais, na mensagem de promoção do evento, os organizadores salientam que "não queremos faltas de respeito, xenofobia, racismo! Não vamos para lá com tintas, armas, fogo, etc.! Vamos ser civilizados para não deitarmos tudo a perder".

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