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Relato de menina raptada e violada ajudou PJ a identificar o agressor

Menor de sete anos foi raptada no Seixal e depois abusada e abandonada a meio da noite, longe de casa.

03 de setembro de 2018 às 01:30

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Uma menina de sete anos foi raptada, violada e abandonada, horas mais tarde, a mais de um quilómetro do local de onde tinha desaparecido. As autoridades policiais montaram uma caça ao homem mas, até às 23h30 deste domingo, o predador, já identificado, continuava a monte.

Os relatos de um primo da vítima, que viu o agressor momentos antes do squestro e o próprio relato da menor atacada, permitiram à PJ identificar o suspeito, que está em fuga.

Tudo aconteceu pelas 18h00 de sábado. A criança brincava com dois primos menores, no parque das piscinas da Amora, Seixal, quando foi levada por um homem de meia-idade. Dizia ser familiar da menina, o que levou a que ninguém desconfiasse. Alertadas para o desaparecimento, as autoridades iniciaram as buscas, mas sem sucesso. A criança acabou por ser abandonada, pelas 05h00 deste domingo, a 1,5 km do parque infantil. Estava desorientada e perturbada. Um popular viu-a e alertou a polícia, que a acolheu. A vítima, contou, então, à PSP o que se tinha passado.

Pelas suas palavras e face às suspeitas de abuso sexual, a criança foi encaminhada ao hospital, onde se confirmou o pior dos cenários: a criança fora violada. A investigação do caso transitou para a PJ de Setúbal, encontrando-se agora nas mãos da Unidade Nacional de Contraterrorismo.

Numa primeira fase o suspeito foi identificado por um dos primos da vítima, na esquadra da PSP, onde lhe pediram para descrever o raptor. Face à descrição do menor de 9 anos foram-lhe apresentadas algumas fotografias, tendo o jovem indicado o agressor.

O suspeito costumava ser visto, alcoolizado, na zona onde ocorreu o crime, bem como na Cruz de Pau e nas Paivas. A indicação dada pelo primo da vítima coincidiu com aquela que, mais tarde, foi pedida à criança raptada. Ao que o CM apurou, o violador terá tentado, há duas semanas, fazer o mesmo a outra menor.

Identificado o suspeito, sem ligação à família da vítima, a polícia partiu no seu encalço, começando pela casa de um irmão, mas, até ao fecho desta edição, sem resultados.

Menina e primos sem vigilância de adultos

Pelas 18h00 de sábado, no momento do rapto, a menina de 7 anos levada pelo criminoso sexual, e os dois primos que com ela se encontravam  no parque infantil da Amora, estavam sem vigilância de qualquer adulto. Ao que o CM apurou, a mãe da menina, que tem mais dois filhos, ausentou-se do parque devido a um problema ocorrido com um deles, ainda bebé, e deixou a filha mais velha e os sobrinhos sozinhos. Mal soube do rapto, ficou em pânico.

Pedido de resgate foi brincadeira

Lista de pedófilos tinha 5252 nomes no início de agosto

Entre as pessoas que não têm acesso à lista de condenados por crimes sexuais destacam-se, por exemplo, os pais, que, ainda assim, podem requerer às autoridades policiais a confirmação ou averiguação de um nome - caso suspeitem que na área de residência, ou na área da escola frequentada por um filho menor, resida ou trabalhe um condenado por pedofilia. O acesso a eventuais identidades ou moradas dos predadores não é facultado aos pais.

Só podem aceder à informação constante do registo de identificação criminal de condenados por crimes sexuais contra menores os magistrados judiciais e do Ministério Público e as polícias, no âmbito de processos em investigação. Podem ainda ter acesso ao conteúdo da lista a Direção-Geral dos Serviços Prisionais e as Comissões de Proteção das Crianças e Jovens.

Recorde-se que esta lei foi criada pelo Governo PSD/CDS, quando a ministra da Justiça era Paula Teixeira da Cruz. Abusadores mediáticos já condenados como é o caso do ex-apresentador de televisão Carlos Cruz – condenado no âmbito dos abusos sexuais na Casa Pia – constam na referida lista.

Contraterrorismo chamado a investigar rapto   

A investigação de raptos está a cargo das diretorias da PJ do Porto e de Coimbra e da direção nacional, em Lisboa. Daí que o crime na Amora tenha tido como primeiro interveniente a PJ de Setúbal, passando depois para a Unidade Nacional de Contraterrorismo.

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