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Pedro Dias, cronologia da chacina de Aguiar da Beira um ano depois

Caso ficou conhecido em outubro de 2016, quando o homicida cometeu o primeiro crime.

19 de outubro de 2017 às 17:57

Pedro Dias, o homicida de Aguiar da Beira, foi o homem mais procurado de Portugal. Ficou conhecido em outubro de 2016, quando elaborou a fuga mais mediática à polícia que durou 28 dias. Acusado de dois crimes de homicídio qualificado, três de homicídio qualificado na forma tentada, três de sequestro e um de roubo, Pedro começa a ser julgado a 3 de Novembro de 2017, um ano depois de ter cometido os crimes.

Terça-feira, 11 de outubro - Dois militares da GNR são enviados para uma operação em Aguiar da Beira e são surpreendidos no local por Pedro Dias. Um deles, Carlos Caetano é morto pelo suspeito com um tiro na cabeça. O outro, António Ferreira, fica ferido e é obrigado a conduzir o carro-patrulha com o corpo do colega no porta-bagagens. Percorridos vários quilómetros, a 50 metros da EN229, Pedro Dias amarra o militar ferido a uma árvore.

Mais tarde, na mesma estrada, ataca o casal Luís e Liliane Pinto para lhes roubar o carro. O homicida dispara à queima roupa. O homem tem morte imediata e Liliane fica em estado crítico, acabando por morrer a 12 de abril deste ano.

As buscas começam a decorrer. A procura pelo homicida de Aguiar da Beira começa na zona onde foi visto pela última vez. Surgem vários relatos de pessoas que garantem ter visto Pedro Dias. As equipas da Polícia Judiciária da Guarda fazem buscas na casa dos pais do suspeito e nas moradias de amigos por suspeitas que este esteja a receber ajuda na fuga.

Domingo, 16 de outubro - Pedro Dias é visto em Arouca, mas escapa às autoridades. Volta a cometer mais crimes. O fugitivo sequestra uma mulher e um homem numa casa desabitada, no lugar da Portela, na freguesia de Moldes, Arouca. Ao volante de uma carrinha Opel Astra branca, roubada à vítima que sequestrou, Pedro escapa às barreiras policiais. A GNR persegue-o e fica muito próxima de o apanhar, mas perde-lhe o rasto na zona industrial de Vale de Nogueira, em Constantim, Vila Real. 

A PJ encontra o carro roubado por Pedro Dias na aldeia de Carro Queimado. No interior da viatura está um par de calças com vestígios de sangue, o que pode significar que o homicida está ferido. A caça ao homem continua nas aldeias vizinhas, marcada pela descoordenação das forças policiais.

Terça-feira, 8 de novembro - O cerco começa a apertar e a incessante busca por Pedro Dias chega ao fim na noite em que o homicida se entrega às autoridades, em Arouca. Os advogados Rui Silva Leal e Mónica Quintela combinam a entrega

"preservar a segurança e integridade" de Pedro Dias.

Sexta-feira, 3 de novembro de 2017 - Um ano depois, o homicida de Aguiar da Beira ainda espera julgamento. No dia 3 de novembro no Tribunal da Guarda, Pedro Dias vai responder por 12 crimes. É acusado de homicídio qualificado sob a forma consumada, dois crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada, três crimes de sequestro, crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro, bem como de detenção, uso e porte de armas proibidas. Em causa está uma pena de 25 anos de cadeia.

Pedro entregou-se com medo de ser abatido

Depois de mais de três semanas de fuga, o homem de 45 anos, entregou-se às autoridades mas nega ter cometido os crimes de Aguiar da Beira. O suspeito disse à RTP que se entregou porque teve medo de ser abatido. 

"Fui perseguido como um animal"

"Cheguei a ouvir comentários de que era naquele dia que me iriam passar" explicou, dizendo que ouviu tiros para o ar, quando estava a ser perseguido.

Durante a madrugada, Pedro Dias foi 

O suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira foi presente ao tribunal da Guarda, para primeiro interrogatório, no dia 10 de novembro de 2016, tendo ficado em prisão preventiva. No dia 12 de novembro foi transferido para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa. "Fui perseguido como um animal", afirmou o homicida.

A descoberta ocorreu numa ronda feita por um guarda à cobertura da cadeia.

Durante a fuga, a Policia Judiciária encontrou várias cartas que Pedro Dias terá escrito à família, nas quais assume a autoria dos crimes e pede desculpa aos pais, à filha e à companheira.

"Podia ter-me entregue mais cedo, mas sabes deu-me um certo gozo que não soubessem do meu paradeiro e eu aqui tão perto"

O homicida de Aguiar da Beira fala ainda da

situação do filho mais novo, que foi submetido a uma cirurgia ao coração alguns meses antes dos crimes. 

Já na carta dirigida aos pais, Pedro Dias escreve: "Devia ter procurado ajuda e uma vez mais não o fiz, agora é tarde demais. Naquela noite, que ainda é uma confusão para mim, eu encontrava-me a dormir estourado, como vinha a acontecer há algum tempo, quando fui interpelado pela GNR.".

 "Disseram que estava a dormir num local suspeito"

As investigações a Pedro Dias levaram à descoberta do seu passado criminoso. Em 2009, o homicida foi envolvido num caso de violência doméstica. A PSP chegou a pedir ao

Ministério Público a emissão de um mandato de prisão alegando que ele apresentava perigo para a sociedade.  

As buscas feitas pela PJ à casa de Pedro Dias

e às residências dos seus pais e da ex-namorada levaram à descoberta de obras de arte, que terão sido roubadas de uma quinta do Alentejo, no ano de 2012, segundo o jornal i.

Também em janeiro de 2012, Pedro Dias terá roubado chapas de matrículas de automóveis, para aplicar no seu veículo.

O homicida de Aguiar da Beira acabou por ser absolvido, pelo Tribunal de S. Pedro do Sul, em Março de 2017, dado que não se conseguiu provar que foi ele o autor do na freguesia de Valadares.

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