Predador sexual pede exames psiquiátricos
Advogado queria que menores voltassem ao tribunal.
Tânia Laranjo
1 de Março de 2016 às 01:45
Um exame psiquiátrico para avaliar se o predador sexual tem ou não consciência dos seus atos. Foi este o pedido feito, na segunda-feira de manhã, pelo advogado Fernando Vale, que defende o técnico oficial de contas, de Valongo, acusado de abusar de vários elementos da família. Um homem que conseguiu o silêncio das vítimas porque ameaçava matar-se. Dizia que se suicidava se alguém descobrisse o que fazia.
"É preciso perceber se ele tinha consciência do que fazia e se o podia ter evitado. Se calhar, este homem não devia estar num tribunal a ser julgado, mas sim num hospital a ser tratado", disse o causídico ao CM, à saída de mais uma audiência.
A defesa requereu ainda que fossem repetidos os depoimentos para memória futura. Designadamente, as declarações dos netos do homem, que já foram ouvidos no Tribunal de Valongo durante o inquérito. O Tribunal de S. João Novo, no Porto, recusou.
Neste processo, estão em causa várias situações de abusos. O homem é acusado dos crimes de violação agravada, coação agravada e abuso sexual de crianças. As vítimas são o filho, quando tinha 14 anos, um neto, também com 14 anos, uma neta, entre os quatro e os 10 anos, e uma amiga da neta.
Os contactos sexuais que manteve com a própria filha - mãe do neto agora vítima de abusos - já prescreveram. Mesmo assim, a mulher esteve no Tribunal de S. João Novo para recordar o pesadelo vivido durante anos.