Situação tem "condicionado muito o trabalho" e a "aprendizagem dos alunos".
Os professores da D. Pedro I, escola de Vila Nova de Gaia que esteve em risco de fechar por falta de funcionários, avançaram esta sexta-feira que esta situação tem "condicionado muito o trabalho" e a "aprendizagem dos alunos".
Em comunicado, um grupo de professores da Escola D. Pedro I, que acolhe cerca de 1.000 alunos do 5.º ao 9.º ano de escolaridade, manifestou "total e incondicional solidariedade" com o diretor de agrupamento, o qual na terça-feira anunciou que ia fechar no dia seguinte a partir das 15:00, ou seja, cerca de três horas e meia mais cedo do que o habitual, por falta de funcionários.
A medida não chegou a avançar, pois foi feita uma redistribuição de horários decidida numa reunião de urgência na quarta-feira com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).
"Queremos apenas manifestar a nossa total e incondicional solidariedade para com o diretor do nosso agrupamento, a sua equipa de trabalho e, de forma muito especial, para com todos os assistentes operacionais da 'nossa casa'. As notícias vindas a público nos últimos dias vieram mostrar a solidão que todos sentimos desde que a Educação passou a ser vista como uma despesa e um problema no nosso país", refere comunicado da equipa docente.
Contactado pela agência Lusa, João Paulo Silva, professor de matemática nesta escola alertou que "pode estar a passar a ideia de que com a redistribuição de horários ficou todo bem", algo que garante "não é verdade", alertando para "pelo menos três situações preocupantes".
"Pedi recentemente a um aluno para ir requisitar um livro e a biblioteca estava fechada e não era uma hora habitual de fecho. Não nos digam que está tudo a funcionar normalmente, quando não há aulas de educação física e quando os colegas dessa disciplina têm indicações para substituir as aulas práticas por teóricas, mas como não há salas para as aulas teóricas, têm de levar os alunos para o campo de futebol e explicar-lhes matéria assim, sentados no chão do rinque. Também faltam funcionários para o ensino especial", disse o porta-voz do grupo de professores da D. Pedro I.
Já na nota redigida pelos professores lê-se que "a falta de assistentes operacionais tem condicionado, e muito, o trabalho e, por isso, a aprendizagem dos alunos".
"O Ministério da Educação, nos seus mais diversos níveis de organização, não pode continuar a ignorar a realidade. Independentemente do que possa ser dito na Comunicação Social, a verdade é esta: os alunos da Escola Básica D. Pedro I não têm os funcionários que deveriam ter, por direito", acrescenta.
Os professores também alertam os pais e encarregados de educação para que "percebam que está em causa o futuro dos seus filhos", admitindo como certo que "a maioria acha que a escola é muito mais do que um 'parque de estacionamento' de crianças e jovens enquanto os pais trabalham".
O relato de que as condições da escola, após a reorganização de horários se mantêm com dificuldades, vai ao encontro do que a associação de pais, em jeito de ponto de situação, descreveu à Lusa na quinta-feira.
"Os dois funcionários que estavam alocados ao ginásio e balneários foram distribuídos por outros pavilhões. Mas a situação que nos preocupa mais, e prometemos acompanhar, é o fecho do 'buffet' às 15:30. Esperemos que seja uma necessidade temporária de rápida resolução. A papelaria também tem horários muito apertados, sendo lá que os alunos adquirem as senhas para comer", disse Carlos Gonçalves, da associação de pais.
Na quarta-feira o Ministério da Educação indicou que o funcionamento da escola estava garantido e que este iria ser "reforçado quando os procedimentos concursais [para contratação de assistentes operacionais] de novembro, da responsabilidade da escola, tiverem terminado".
"Desta forma, a tomada de posição da direção, no dia de ontem [terça-feira], não se justifica, bastando a reorganização do funcionamento, como hoje [quarta-feira]. Foram sempre dadas as respostas ajustadas às situações apresentadas, como é o caso da atribuição de um funcionário com vínculo permanente em março do ano passado, e respetivo acesso à bolsa de recrutamento para suprir ausências. Em novembro ocorreu um novo reforço de horas para complementar, igualmente, as ausências de trabalhadores que se encontravam de baixa", referiu a tutela.
João Paulo Correia alerta, no entanto, que "pode ter ficado a ideia de que o diretor foi culpado, quando os procedimentos formais foram todos realizados", pedido que "não se escamoteie o principal": "A escola tem falta de funcionários. Isto não é um plano de contingência. É um plano de morte da escola pública que nos recusamos a subscrever".
No início desta semana, em declarações à Lusa, a Federação das Associações de Pais do Concelho de Gaia (FEDAPAGAIA) apontou que o número de "funcionários atribuído a esta escola é de 18, mas, em alguns dias estão 11 ao serviço e, em outros, 12, devido a baixas prolongadas".
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