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Sobrevivente de Borba: “Olhei para cima e vi o carro a cair”

Homem diz que nunca mais trabalhará nas pedreiras.

29 de novembro de 2018 às 08:53

São relatos de horror que continuam a marcar quem sobreviveu à tragédia de Borba. No local estavam outros trabalhadores a quem a morte passou por perto e que ficaram para sempre marcados pela perda dos colegas.

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"Deitei-me, fechei os olhos e disse: já estou": o relato emocionante de um sobrevivente da tragédia em Borba

"Não quero mais voltar às pedreiras. Foi horroroso. Há 30 e tal anos que ando lá e não sou capaz de explicar. Quando os colegas gritaram eu só tive tempo de fugir. Vi a morte à minha frente, escondi-me e as pedras não me apanharam", relatou ao CM um dos homens que estava na pedreira no passado dia 19.

"Quando acabou a derrocada é que fui ter com o [Gualdino] Pita, que estava na máquina, para o tentar tirar, mas ele já estava morto", acrescenta o operário, ainda chocado com o que viveu naquele dia. "Depois, olhei para cima e vi um carro a cair", adiantou o trabalhador que tem participado nas operações de resgate – ainda estão três pessoas desaparecidas – por ter assistido a tudo e pelo conhecimento que tem do local.

"Devo a vida a Deus e a Nossa Senhora que me meteu a mão em cima", confessa. Na aldeia mais fustigada pela tragédia, Bencatel (Vila Viçosa) foi ontem celebrada uma missa em memória das vítimas, num dia em que os trabalhos se centraram na drenagem das pedreiras, por não haver condições para os mergulhadores.

De salientar que ontem foi publicado em Diário da República o decreto de lei que determina a transferência de 4300 km de estradas nacionais para as autarquias, como aconteceu com a EN255, em Borba.

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