Procurador quer mudar as acusações de ofensas à integridade física para homicídio na forma tentada.
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Luís Lourenço, procurador do Ministério Público no julgamento dos dois ex-fuzileiros acusados de matar à pancada o PSP Fábio Guerra, em março do ano passado, à porta de uma discoteca em Lisboa, pediu esta quinta-feira, nas alegações finais, um mínimo de 20 anos de cadeia para Cláudio Coimbra - um dos agressores.
E pediu a alteração: quer mudar a tipificação do crime pelas agressões a um segundo PSP, de ofensas à integridade física para homicídio na forma tentada. Fica a cargo da juíza aceitar, ou não.
Para o procurador, Luís Lourenço, é tudo uma questão de semântica. Vadym lamentou em tribunal o que aconteceu - a morte de Fábio Guerra - mas nunca mostrou arrependimento pelos seus atos.
"Todos lamentamos, mas nenhum de nós fez isto. E de facto ele [Vadym] só lamentou a morte, não lamentou tê-lo feito", realçou o magistrado que nas alegações finais ao processo onde se discute a morte de um agente da PSP à porta da discoteca Mome pediu a condenação dos dois arguidos.
"Mas há participações diferentes. Vadym deu apenas um pontapé", referiu.
Luís Lourenço pediu, ainda, que Cláudio Coimbra fosse condenado a pelo menos 20 anos de cadeia pela morte de Fábio Guerra, não tendo quantificado a pena que pretende que seja aplicada a Vadym.
Para o magistrado, os arguidos sabiam que dar pontapés quando as vítimas estavam no chão podia "causar a morte".
Há agora um pedido de alteração: o procurador quer mudar as acusações de ofensas à integridade física para homicídio na forma tentada. Fica a cargo da juíza aceitar, ou não.
Os pais de Fábio Guerra, mais uma vez, assistiram ao julgamento. Elsa, a mãe, chorou várias vezes quando ouviu o procurador descrever as agressões ao filho: rebentou em lágrimas quando o advogado Ricardo Serrano Vieira, falou da dor que sentem.
A sentença ficou marcada para o dia 5 de maio.
PORMENORES
Sobre fuzileiros
O procurador queria que uma reportagem da CMTV, onde se acompanhou a formação dos fuzileiros, fosse avaliada e adicionada ao processo. No entanto, a juíza não aceitou, já que não a considera um meio de prova.
Culpa Clóvis
A defesa de Cláudio Coimbra desvalorizou a violência e atirou culpas para os outros. Clóvis, que está em fuga, foi quem criou a confusão naquela noite e a agressão fatal, disse, foi praticada por Vadym.
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