Acusação fala em negócio de 500 milhões com luvas para decisores.
Joaquim Barroca garantiu aos investigadores que os 12 milhões que passaram nas suas contas – transferidos por Hélder Bataglia, sócio do empreendimento de Vale do Lobo – não eram seus. Tiveram como destino o empresário Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates, que, segundo o Ministério Público, não é o verdadeiro detentor dos quase 23 milhões apreendidos, mas sim o ex-primeiro ministro. Pode haver ainda outros políticos envolvidos, suspeitos do recebimento de luvas: nos mandados emitidos pelo juiz Carlos Alexandre que levaram às buscas no empreendimento de luxo no Algarve, os magistrados faziam referência a indícios de "subornos a políticos e funcionários". Para já, ainda mais nenhum outro responsável político terá sido constituído arguido.
Esta é uma das linhas mais fortes da investigação das autoridades. Hélder Bataglia, com ligações à Escom, tinha tudo a ganhar com a resolução do Conselho de Ministros assinada pelo próprio José Sócrates. O ex-primeiro-ministro aprovou o Plano de Ordenamento do Algarve em maio de 2007, mas a resolução só entrou em vigor em dezembro, beneficiando o resort de Vale do Lobo.
Também o Grupo Lena tinha interesses nesse negócio. Através da construtora Abrantina – comprada na mesma altura pelo grupo de Joaquim Barroca –, a empresa de Leiria avançou com projetos milionários. Esteve ligada a várias construções imobiliárias em Vale do Lobo.
Recorde-se que este dinheiro também passou por contas de Suíça. Foi transferido para Joaquim Barroca e depois para a UBS, em nome de Carlos Santos Silva.
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