Presidente russo ordenou a criação de uma indústria para reciclar as emissões de carbono.
A Rússia e a Índia, que integram os cinco maiores emissores de CO2 do mundo, têm, tradicionalmente, uma posição passiva em relação ao clima, mas os desastres naturais que têm sofrido recentemente estão a mudar as suas posturas.
Durante o seu discurso anual, em abril, o Presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia deveria adaptar-se às alterações climáticas e ordenou a criação de uma indústria para reciclar as emissões de carbono.
Em julho, durante uma visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry (conhecido por ter sido o homem que assinou os Acordos de Paris pelos EUA), Putin propôs a Washington utilizar satélites para investigar os níveis de gases com efeito de estufa em todo o mundo a fim de se detetar até que ponto são cumpridas as promessas de reduzir as emissões para a atmosfera.
Putin também propôs investigações conjuntas no Ártico com tecnologias de ponta, como a captura e soterramento de carbono ou hidrogénio.
Com grande parte da sua economia baseada na mineração, a Rússia teve, durante anos, metas ambientais muito menos ambiciosas do que os seus vizinhos europeus e Putin assumiu, durante muito tempo, posições céticas sobre as alterações climáticas.
Entretanto e face à multiplicação de fogos florestais na Sibéria e de fusão do 'permafrost' (terreno permanentemente congelado), que coloca em risco várias cidades do Ártico, o Presidente russo decidiu ir mais além e prometeu que a Rússia atingirá a neutralidade carbónica até 2060.
"A Rússia vai esforçar-se para alcançar a neutralidade de carbono na sua economia. E estabelecemos uma meta concreta -- o mais tardar para 2060", disse Putin, durante um fórum de energia em Moscovo, colocando os objetivos russos a par dos da China.
Segundo o jornal diário Kommersant, o Governo russo está a preparar a nova estratégia ambiental, com medidas drásticas para reduzir as emissões de gases com efeito estufa e pretende reduzir as suas emissões em quase 80% até 2050, sobretudo abandonando gradualmente o carvão como fonte de eletricidade e substituindo-o por energia nuclear.
Dos cinco grandes poluidores (Estados Unidos, China, União Europeia, Rússia e Índia), dois não apresentaram à ONU, dentro do prazo previsto, objetivos atualizados para diminuir as emissões de carbono: a China e a Índia.
A Índia tem, aliás, sido um dos menos pródigos em promessas ou intenções para melhorar a situação do planeta.
No Acordo de Paris, a Índia comprometeu-se a reduzir, até 2030, as suas emissões entre 33% e 35%, mas as preocupações com as necessidades de uma economia emergente têm relegado as questões ambientais para segundo plano.
No entanto, o ano 2019 poderá ter servido para abalar esta inércia.
Com temperaturas acima dos 45 graus, que provocaram a morte de mais de 100 pessoas, a Índia registou a pior e uma das mais longas ondas de calor da sua história. Situação que tende a piorar, já se registando a escassez de água em várias zonas.
Um estudo do Massachusetts Institute os Technology (MIT) publicado nesse ano referia que se os níveis de emissão de carbono não diminuírem, partes da Índia vão tornar-se inabitáveis.
Para tentar minimizar as previsões, o Governo indiano proibiu o trabalho ao ar livre durante a maior parte do dia, cancelou aulas e, em alguns locais, foi instaurado uma espécie recolher obrigatório nas horas mais quentes.
Como resposta, o primeiro-ministro, Narendra Modi, criou um ministério para supervisionar a distribuição de água e prometeu empenhar-se no cumprimento do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, tendo ainda apontado a intenção de aumentar a produção de energia renovável até 2030 até 40% da produção no país e apostar no reflorestamento para diminuir os níveis de carbono na atmosfera.
No domingo, Modi anunciou que vai participar na próxima cimeira do clima (COP26), a partir de 31 de outubro, em Glasgow, na Escócia, considerando tratar-se de uma oportunidade chave para "traçar o caminho a seguir".
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