Operação complexa e planeada ao pormenor garantiu a Quinas o regresso a casa em segurança.
1 / 7
É uma tartaruga-de-couro com cerca de 300 quilos e dois metros de comprimento, campeã das probabilidades. Este animal fez história ao tornar-se a primeira tartaruga desta espécie, de um total de quatro que passaram pelo Centro de Reabilitação de Animais Marinhos - o Porto d’Abrigo do Zoomarine - que sobreviveu.
Foi resgatada no dia 20 de junho com o esforço de civis e profissionais na Meia Praia, em Lagos, depois de ficar presa numa rede de pesca. Quinas, como os portugueses escolheram chamá-la, foi ontem devolvida ao mar, a cerca de 10 milhas da costa -18 quilómetros, ao largo de Portimão, também por isso o nome que faz alusão à Seleção Nacional fica-lhe bem nesta grande vitória. Foi transportada com o apoio da corveta da Marinha Portuguesa ‘António Enes’.
"É uma ligação única na vida, uma experiência preciosa" explicou, emocionada, Antonieta Nunes, enfermeira veterinária do Porto d’Abrigo do Zoomarine. "Fica um vazio, mas estou feliz" até porque "voltou para a casa". Com uma "personalidade dócil colaborava connosco", partilha Antonieta. "Não é fácil encontrar um animal selvagem tão especial", realça. Esta profissional e o biólogo marinho André foram os pais adotivos durante 49 dias. Desde 20 de junho, adaptaram as suas vidas às suas necessidades e garantiam a sua sobrevivência.
Élio Vicente, diretor do Porto d’ Abrigo, destaca a "saída majestosa e serena do Quinas". "Chorei, foi bonito", conta, dando ainda um exemplo: "É como uma mulher que dá luz, quando a criança nasce só importa a nova vida que começa".
Neste recomeço o Quinas vai ser monitorizado através de satélite, durante três anos. "Devemos ensinar as crianças que é decisivo ajudar" afirmou ao CM o mestre Antero, de Vila Real de Santo António. Este pescador ajudou a encher a dispensa de medusas, para o Quinas. O comandante Cortes Lopes explicou que é papel da marinha contribuir "para os valores ambientais da cidadania marítima".
300 animais já foram ajudados
O espaço é composto por veterinários e biólogos marinhos dedicados à reabilitação da fauna marinha e foi o primeiro Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas em Portugal.
Desde a sua criação, numa colaboração próxima com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, uma equipa zoológica multidisciplinar tem-se dedicado ao resgate, reabilitação e devolução ao meio natural de animais marinhos e aquáticos, que normalmente dão à costa. Já acolheu quatro tartarugas-de-couro, mas só o Quinas sobreviveu.
Pesca ao espadarte e atum são ameaça
D. João VI recebeu primeiro exemplar
SAIBA MAIS
916
quilos foi o peso registado pelo maior exemplar de uma tartaruga-de-couro. Tinha cerca de 3 metros de comprimento. O elevado porte vale à Dermochelys coriácea a alcunha de ‘tartaruga gigante’. É a maior de todas as espécies de tartarugas.
Espécie vive até 100 anos
O tecido da carapaça é macio, de cor negra ou cinza, semelhante à textura do couro. Não tem escamas. O corpo aerodinâmico vale-lhe uma velocidade de 30 km/h em alto-mar. Vivem em média mais de 100 anos.
Adepta de alforrecas
A espécie vive habitualmente em alto-mal e aproxima-se da costa apenas para a desova, apesar de Portugal não figurar na lista de países com praias eleitas pela espécie para a nidificação. A tartaruga-de-couro alimenta-se, sobretudo, de alforrecas.
Observada em agosto
Trata-se da segunda espécie mais comum em águas portuguesas, após a tartaruga-comum. É regularmente observada ao largo da Madeira e dos Açores, com maior frequência entre junho e novembro, mas sobretudo em agosto.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.