Novo estudo contraria investigações anteriores que davam conta de que beber pequenas quantidades de álcool por dia era benéfico.
Um novo estudo sobre o álcool desmente a crença de que pequenas quantidades de bebidas alcoólicas por dia previnem doenças cardíacas e contribuem para uma vida longa. Cerca de 400 mil dados genéticos e médicos foram analisados por cientistas do Reino Unido, no ano passado, e permitiram constatar que o baixo consumo de álcool estava associado a um maior risco de doença.
Um copo de vinho por dia no caso das mulheres ou um copo e meio no caso dos homens pode mesmo aumentar o perigo de morte, revelou a revista sobre medicina Jama Network Open, citada pelo The New York Post.
"Este estudo tira a esperança de muitos que acreditavam que o uso moderado de álcool é saudável", disse Robert DuPont, psiquiatra e primeiro diretor do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, no Canadá.
A convicção de que uma bebida alcoólica por dia trazia benefícios à saúde e prevenia uma série de doenças surgiu em França. Mas recentemente, um relatório deu conta que grande parte dessa investigação foi financiada pelo setor do álcool, tendo sido 13.500 análises adultradas.
"Pensa-se que o vinho é uma bebida especial e que tem de alguma forma propriedades mágicas", afirmou Tim Stockwell, autor do novo estudo e professor de psicologia na Universidade de Vitória, no Canadá. "Foi apenas um golpe publicitário para a indústria do vinho há três décadas", acrescentou.
A "meta-análise" concluiu que nas investigações anteriores que favorecem o consumo de álcool face ao risco de morte por "todas as causas", incluindo doenças cardíacas, cancro, infeções e acidentes de automóvel, têm falhas de conceção por não terem sido tidos em conta fatores que poderiam influenciar o resultado como a idade, sexo, estatuto económico, estilo de vida, hábitos alimentares ou peso.
Também não existiu cuidado no distanciamento das pessoas que deixaram de consumir álcool por razões pessoais ou de saúde.
"Quem se abstém de beber álcool são, frequentemente, pessoas mais velhas que desistiram de consumir porque a sua saúde era má", disse o autor do estudo, acrescentando que "ser capaz de beber é um sinal de que ainda está saudável, não a causa disso. Há muitas formas destes estudos apurarem conclusões falsas, que são mal interpretadas, para mostrar que o álcool é bom para si".
Tim Stockwell conclui com a sua investigação que beber álcool, mesmo que de forma moderada, não é benéfico para a saúde a longo prazo. "Isto é controverso porque as pessoas gostam de beber", refere.
Segundo um relatório da Federação Mundial do Coração, de janeiro de 2022, "ao contrário da opinião popular, o álcool não é bom para o coração", alertando que qualquer nível de consumo de álcool pode levar à perda de vidas saudáveis.
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