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Sobe para 599 mortes por coronavírus. Há mais 634 casos

Número de recuperados subiu para 383, face aos 347 de ontem.

15 de abril de 2020 às 12:13

Subiu para 599 o número de mortos por coronavírus em Portugal, segundo informação avançada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) esta quarta-feira. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se mais 32 vítimas mortais nas últimas 24 horas. 

No total estão 18091 pessoas infetadas, mais 643 face a terça-feira, o que representa um aumento de 3,5% perante os dados de ontem. 4060 aguardam ainda pelos resultados laboratoriais. Na terça-feira, este número situava-se 2474.

Até ao momento há 1200 pessoas internadas, das quais 208 encontram-se em unidades de cuidados intensivos.

O número de casos recuperados subiu para 383, o que corresponde a um aumento de 36 casos em relação a terça-feira.

Segundo o boletim epidemiológico, a distribuição dos casos faz-se da seguinte forma: a região Norte tem 339 mortos e 10751 casos; a região Centro contabiliza 136 mortes e 2629 casos; já na região de Lisboa e Vale do Tejo são 111 as mortes registadas e 4102 pessoas infetadas; a região do Alentejo continua sem registar mortes e conta com 155 casos; a região sul, do Algarve, contabiliza 9 vítimas mortais e 295 casos de Covid-19. O boletim regista ainda quatro óbitos nos Açores e 100 casos positivos de infeção. Já na Madeira não há registo de mortes, mas 59 pessoas deram resultado positivo.

70% dos novos casos desta quarta-feira, registaram-se na região Norte, 12% no Centro, 17% na região de Lisboa e Vale do Tejo e 1% no Algarve. Alentejo, Açores e Madeira não aumentaram os valores face a ontem.

Desde dia 1 de janeiro de 2020 que já foram registados um total de 150804 casos suspeitos.

DGS admite possibilidade de novos picos na curva da pandemia de coronavírus

O Subdiretor-Geral da Saúde, Diogo Cruz, admitiu durante a conferência de que poderá haver novos picos na curva da pandemia de coronavírus e que, mediante essa avaliação diária, serão retiradas ou implementadas as medidas de distanciamento e isolamento. Esta questão surge em resposta ao estudo de Harvard que indica que possam ter de ser mantidas medidas de distanciamento social até 2022 em regime "on" e "off".

Quanto aos ensaios que têm sido feitos que vinculam a imunidade à toma da vacina da BCG, Diogo Cruz

afirma que estes não são ainda suficientes para confirmar que esta é a resposta. Os últimos estudos explicam que, quando comparados os países afetados pela pandemia, os que têm maior percentagem de vacinação da BCG têm resultados mais animadores comparados com outros onde essa vacina é pouco tomada.

O subdiretor-geral da saúde garante, no entanto, que esses ensaios ainda não são suficientes para atestar a eficácia da vacina BCG uma vez que a taxa de mortalidade nos diferentes países depende de vários fatores. 

A medidas que têm sido tomadas e o agradecimento aos profissionais na linha da frente

O Secretário de Estado da Saúde, António Sales, afirmou ainda que foram distribuídos mais de 265 mil testes pelas cinco administrações regionais de saúde e nas duas regiões autonómas.

Quanto às chamadas na linha de apoio psicológico do INEM, Luís Meira admitiu que houve uma subida: "Estamos com 50 e poucas chamadas por média por dia". O presidente do INEM mencionou ainda outras vítimas da pandemia: as que sofrem de violência doméstica. Segundo o mesmo foi criado um circuito para "garantir o transporte de testagem de vítimas de violência doméstica antes da entrada nos abrigos de emergência de forma a garantir a segurança e saúde de todos". 

Luís Meira garantiu ainda a segurança e ressalvou que a população pode, "e deve", confiar no Sistema Nacional de Saúde, mesmo no que toca a emergências que não tenham a ver com o Covid-19. "Está garantida a segurança", sublinhou acrescentando que foram tomadas todas as medidas para prevenir o contágio nas unidades de saúde. 

O presidente do INEM revelou ainda que as forças armadas tem preparadas mais de 100 camas em Lisboa e 10 camas em cuidados intensivos para receberem doentes Covid-19 positivos caso seja necessário. 

"Vivemos tempos excecionais, é natural que os profissionais sintam na pele essa exigência, nunca virando a cara à luta, estão na primeira linha. Há consequências para os próprios e para as respetivas famílias", reconhece com uma mensagem de agradecimento. Foi criada uma estrutura de acompanhamento dos profissionais infetados incluindo o apoio psicológico "muito importante, nas palavras de Luís Meira.

A conferência de imprensa da DGS desta quarta-feira ficou ainda marcada por um agradecimento tanto por parte do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales e o Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica - INEM, Luís Meira aos profissionais na linha da frente desta luta. "Muitos são os profissionais envolvidos nesta batalha, todos, sem exceção merecem o nosso recenhecimento, consideração e agradecimento", afirmou António Sales. 

O alívio das medidas de contenção

Segundo Secretário de Estado da Saúde, António Sales, as medidas serão aliviadas mediante a progressão da curva da pandemia e ressalva - remetendo para as notícias dos media estrangeiros que assumem que Portugal tem sido um caso de sucesso no controlo da doença - que "devemos assumir de forma responsável a curva em planalto que estamos a ter e isso é reflexo do civismo dos portugueses". "Não nos comparamos com outros países porque isto não é uma luta de números. Estamos solidários com todos os países, sublinhou. 

Diogo Cruz afirma que apenas pode aconselhar o Governo pois a decisão de aliviar estas medidas não cabe à DGS: "Temos visto um aplanar da curva, e naturalmente temos estado a estudar quando poderemos aliviar medidas em segurança". 

Taxa de mortalidade em Portugal é de "5,5 por 100 mil habitantes"

O Subdiretor-Geral da Saúde, Diogo Cruz, explica ainda como está Portugal a contabilizar os mortos. 

"A mortalidade por covid são todas as pessoas que estejam infetadas independetemente de outras causas", esclareceu indicando que, quando comparados com outros países que não façam este tipo de contabilização, os nossos números são superiores devido a esse fator. 

"Podemos ter numero de óbitos maiores de outros países que classificam de forma diferente", conclui. 

INEM fez cerca de mil transportes desde março

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) fez cerca de mil transportes no âmbito da covid-19, desde março, e mais de 3.200 colheitas para análises, enumerou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

"Estas colheitas foram feitas ao domicílio, em lares, junto das forças de segurança, entre outras, e o dispositivo está preparado para testagem nos estabelecimentos prisionais e centros educativos, em caso de haver suspeita de covid-19", disse o governante durante a habitual conferência de imprensa, em Lisboa, para atualizar a informação relativa ao surto do novo coronavírus, que mantém o país em estado de emergência.

O secretário de Estado referiu que coube ao INEM, em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania e Igualdade e o Ministério da Administração Interna, a criação de um circuito para garantir "a testagem e transporte de vítimas de violência doméstica" antes da entrada nos abrigos de emergência.

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