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Ar condicionado, homens e mulheres - a ciência explica a eterna discórdia

Estudo sugere que existe algum sexismo na forma como as empresas regulam aparelhos.

02 de agosto de 2018 às 18:59

O verão chegou, finalmente, e com ele o calor que leva todos a correr para a proteção do ar condicionado. Tempo que marca também o regresso de uma das mais clássicas fontes de discórdia no meio laboral.

Homens e mulheres raramente se entendem sobre qual a temperatura ideal da sala. É frequente eles queixarem-se de estarem a morrer de calor, enquanto elas pedem um xaile para combater o frio.

É um problema comum, e a ciência explica as razões do eterno desentendimento. Dois investigadores holandeses apresentaram um estudo que explica as diferenças no metabolismo de homens e mulheres, que os faz reagir de forma diferente ao calor. 

O trabalho de Boris Kingma e Wouter van Marken Lichtenbelt, publicado em 2015, mostra que as mulheres sentem o frio muito mais rapidamente que os homens. Os ensaios feitos no âmbito destes estudo mostram que as mulheres se sentem confortáveis com uma temperatura ambiente 2,5 graus acima dos homens. O problema é que os sistemas de climatização foram pensados num tempo em que os homens estavam em larga maioria nos escritórios. Apontou-se, na altura, para a temperatura ideal de um homem de 40 anos, com um peso de 70 kg. Um modelo que hoje está muito desatualizado, mas que ainda vai servindo de padrão para regular a temperatura dos edifícios.Se a maioria dos sistemas aponta os 22 graus como a temperatura ideal, em média as mulheres preferem ambientes de 24 a 25 graus. O que quer dizer que os edifícios estão excessivamente refrigerados, o que tem implicações nos gastos de energia e nas emissões de gases CO2. Mas existe, também, um problema relacionado com o vestuário. Nas empresas em que se pede um traje mais formal, os homens usam camisa gravata, ao passo que as mulheres podem optar por tecidos mais frescos. O que faz com que os homems sintam mais calor e já levou até a petições para permitir o uso de calções.Aqui, a solução mais razoável, seria permitir que os homems pudessem dispensar a gravata - o que acontece com cada vez mais frequência.Ou seja, um ambiente de trabalho mais adaptado às mulheres é também ambientalmente mais racional.Ciência aparte, é certo que a batalha continua dentro de segundos, na guerra em que quem tem o comando do aparelho mais à mão triunfa.

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