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Atividade sísmica na ilha de São Miguel intensificou-se desde quarta-feira

Pelo menos 14 sismos foram sentidos pela população.

05 de junho de 2025 às 13:16

A atividade sísmica a sul do concelho da Povoação, na ilha de São Miguel, intensificou-se, desde quarta-feira, com pelo menos 14 sismos já sentidos até esta manhã, segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

"Começámos a registar um incremento da atividade já na noite do dia 3 de junho. Este incremento de atividade intensificou-se a partir de ontem [quarta-feira] e, desde então, já registámos algumas centenas de eventos, sendo que pelo menos 14 sismos foram sentidos pela população", disse à agência Lusa a investigadora do CIVISA Rita Carmo.

Segundo a investigadora, desde o incremento da atividade sísmica que o abalo mais forte registado ocorreu hoje às 08h24 locais, a cerca de 15 quilómetros a sul do concelho da Povoação, e foi sentido com uma intensidade máxima de 3,4 na escala de Richter.

"Estamos a ter um incremento de atividade numa determinada zona sismogénica. E, neste momento, estamos a verificar alguma concentração da sismicidade em termos de localização, no caso em concreto a sul da Povoação, e a nível temporal, porque há uma concentração muito elevada de sismos num determinado momento", explicou Rita Carmo.

A investigadora disse à Lusa que são eventos comuns, face ao enquadramento geodinâmico do arquipélago dos Açores, na junção entre três placas tectónicas (Placa Norte-Americana, Placa Euroasiática e Placa Africana), pelo que é frequente a população sentir alguns sismos ao longo do ano.

"Está relacionado com o nosso contexto na dinâmica tectónica de placas. Na Região dos Açores, nomeadamente o grupo Central e Oriental, estamos numa zona de fronteira entre duas placas litosféricas, a placa Euro-asiática, que fica a norte dos Açores, e a placa Africana, que fica a sul", explicou.

A investigadora adiantou ser "natural" que a situação possa "demorar a estabilizar ainda alguns dias".

"Por isso, é normal que possam ser registados alguns eventos sentidos pela população", acrescentou Rita Carmo.

A investigadora referiu ainda que "situações dessas podem ocorrer a qualquer momento", referindo-se aos incrementos da atividade sísmica na Região, pelo que "as pessoas devem ter bem presentes as medidas de autoproteção relacionadas com fenómenos sísmicos".

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