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Portugal avança com rastreio para o cancro do pulmão

Direção-Geral da Saúde criou grupo de trabalho para elaboração das normas para o rastreio. Autoridade refere que diagnóstico precoce pode dar 12,5 anos de vida adicional aos doentes.

08 de fevereiro de 2025 às 01:30

A Direção-Geral da Saúde (DGS) criou um Grupo de Trabalho para Elaboração de Termos de Referência para o Rastreio do Cancro do Pulmão, que tem agora um mês para apresentar um relatório. É o primeiro passo para que o País passe a ter quatro rastreios de cancro. Atualmente, há rastreios ao cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro do cólon e reto.

O cancro do pulmão é o que mais óbitos provoca por ano - em 2022, segundo os dados oficiais, registaram-se 4410 mortes, a maior parte em homens. “É o cancro que tem a taxa de sobrevida mais baixa”, explica ao CM Sofia Ravara, pneumologista e antiga coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

De acordo com a DGS, “os potenciais benefícios do diagnóstico precoce do cancro do pulmão através do rastreio por tomografia computorizada de baixa dose poderão ser cerca de 12,5 anos de vida adicional, mesmo na presença de comorbilidade”.

O grupo de trabalho agora criado deverá definir a população elegível e a rastrear, definir os testes de Rastreio Primário e Secundário, o processo de gestão clínica dos resultados, definir o número mínimo de pessoas a rastrear “para avaliar adequadamente o projeto-piloto” e propor indicadores específicos para o rastreio do cancro do pulmão, incluindo indicadores sobre complicações. 

Risco elevado de cancro

A grande maioria dos casos de cancro de pulmão (85%) surge em fumadores ou ex-fumadores. O tabaco é o principal fator de risco para a doença. A poluição ambiental e a exposição ao radão são outros fatores de risco.

Incidência mais elevada

A incidência de novos casos de cancro da traqueia, brônquios e pulmão foi, em 2020, de 45,6 por 100 mil habitantes. Foi o cancro com mais casos novos (4737), dos quais 3289 em homens.

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