Segundo o responsável, a campanha SOS Cagarro, que se realiza há 30 anos no arquipélago açoriano, "envolve cidadãos e entidades" no resgate desta ave marinha.
Mais de 100 mil cagarros já foram salvos nos Açores desde 1995, graças à campanha que se dedica a resgatar aquela "ave icónica", através do "esforço conjunto" entre Governo Regional, associações e cidadãos, foi este sábado revelado.
"O ano em que foram resgatadas menos aves foi [o de] 2012, com cerca 1.800, mas, por exemplo, em 2022 tivemos cerca de dez mil. Em 2024 tivemos 6.388, ou seja, quase 6.400 aves resgatadas. [...] Podemos, facilmente, falar em mais de 100 mil aves resgatadas desde que existe a campanha", disse este sábado à agência Lusa o diretor regional de Políticas Marítimas.
Segundo o responsável, a campanha SOS Cagarro, que se realiza há 30 anos no arquipélago açoriano, "envolve cidadãos e entidades" no resgate desta ave marinha.
A edição deste ano da SOS Cagarro começa na quarta-feira e prolonga-se até 15 de novembro e pretende reforçar a aposta no "envolvimento dos cidadãos", através de várias iniciativas de sensibilização.
"Para este ano, pretendemos apostar mais na ação cidadã. No fundo, na sensibilização para o conhecimento desta ave que é um 'ex-líbris' regional para que as pessoas, estando sensibilizadas, possam juntar-se a este esforço para salvar esta ave", afirmou.
Em espaços por várias ilhas, como esquadras da Polícia de Segurança Pública (PSP), postos da Guarda Nacional Republicana (GNR) ou quartéis dos bombeiros, são disponibilizadas caixas próprias para que os cidadãos possam resgatar as aves encandeadas pela iluminação artificial.
"No fim do dia, as aves estão a fazer os primeiros voos e a sair do ninho para se alimentarem e são encandeadas pela luz artificial. Ficam desorientadas, o que faz com que venham para a rede viária, campos de futebol ou portos de pesca, zonas onde, normalmente, há um maior foco de luz artificial", explica o diretor regional.
Aquelas caixas têm um código QR para que seja possível obter um conjunto de informações sobre o resgate e "mapear as zonas mais propicias" à queda das aves, acrescentou Rui Martins.
Além de uma linha telefónica para apoiar quem resgatou um cagarro (800 292 800), existem cerca de 74 postos de recolha por todo o arquipélago, "designados vulgarmente por hotéis do cagarro", que tanto podem ser esquadras, juntas de freguesia ou cafés.
Com recurso às caixas, os cidadãos podem salvar o cagarro e libertá-lo na manhã seguinte, perto do mar, numa zona sem obstáculos, ou deixar a ave num dos pontos de recolha.
"Todas as manhãs, as brigadas do Parque Natural de ilha fazem a passagem pelos pontos identificados e, normalmente, as aves são pesadas, anilhadas e depois libertadas", disse.
São ainda organizadas várias brigadas noturnas de salvamento de cagarros e ações de sensibilização em escolas e bibliotecas da região.
"Há um grande envolvimento cidadão. É uma conjugação de esforços entre o Parque Natural, os cidadãos comuns e as associações cívicas, sejam organizações não-governamentais ou ambientais", destacou.
A campanha SOS Cagarro nasceu a partir de uma iniciativa do cientista Luís Monteiro (1962-1999), com o intuito de preservar aquela ave marinha.
"Queremos é tentar sensibilizar as pessoas para o facto de termos uma ave icónica a nível regional, porque 75% nidifica nos Açores e regressa às nossas ilhas todos os anos. Vive cerca de 42 anos e normalmente vem nidificar no sítio onde nasceu, na mesma ilha", concluiu Rui Martins.
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