Este tumor regista cerca de cinco casos por milhão de habitantes/ano, com maior incidência em jovens entre os 10 e os 25 anos, e um segundo pico, menor, aos 60 anos.
Especialistas multidisciplinares nacionais e internacionais reunidos no Hospital de Santo António, no Porto, assinalaram esta sexta-feira o início de uma campanha pública para informar e alertar para a importância do diagnóstico precoce do osteossarcoma, o tumor ósseo mais frequente.
Vânia Oliveira, ortopedista e uma das responsáveis por esta campanha, denominada "Onda Ibérica Elena", explicou à Lusa que este evento, que coincide com o Dia do Osteossarcoma, assinalado pela primeira vez em Portugal, é uma oportunidade para sensibilizar a sociedade e os profissionais de saúde para o tumor ósseo mais frequente, apesar de raro, e que "compromete a função, o membro e a sobrevida, impactando na vida dos doentes e das suas famílias".
Este tumor regista cerca de cinco casos por milhão de habitantes/ano, com maior incidência em jovens entre os 10 e os 25 anos, e um segundo pico, menor, aos 60 anos.
Segundo a especialista, os sintomas iniciais --- dor intermitente no mesmo local, limitação nas mobilidades e claudicar (mancar), inchaço localizado ou fraturas sem causa aparente --- são muitas vezes confundidos com queixas comuns, como dores musculares, entorses ou tendinites.
"Essa confusão leva frequentemente a atrasos no diagnóstico, que pode comprometer o membro afetado e reduzir significativamente as hipóteses de sobrevivência, pois tem capacidade de disseminar no sangue principalmente para os pulmões (metástases)", alertou.
Assim, "o diagnóstico precoce faz toda a diferença, salva vidas e permite preservar os membros e a sua função".
"É fundamental que pais, jovens, professores, treinadores e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais a valorizar para consultar o seu médico", sustentou Vânia Oliveira, médica ortopedista do Santo António, centro de referência nacional e europeu em sarcomas ósseos e moles.
De acordo com a médica, as lesões ósseas são detetadas em radiografia que permitem iniciar o estudo diagnóstico e serem referenciados à ortopedia oncológica nos centros de referência.
O que acontece é que os doentes chegam aos especialistas já com "mais de um ano de sintomas" e isso pode fazer a diferença na eventual cura da doença.
Esta campanha ibérica "inédita" conta com o apoio da Fundación Elena Tertre, que investe e apoia o cancro (especialmente o pediátrico) e que tem sensibilizado a comunidade para este tumor em particular.
Segundo Vânia Oliveira, não é possível prevenir um osteossarcoma, não existem fatores de risco modificáveis, por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.
Para isso, "necessitamos de uma população informada, capaz de valorizar sinais e sintomas que não são específicos. Devemos, nomeadamente, valorizar uma dor localizada que se mantém ou que volta sempre, intermitente, inexplicável, que agrava à noite ou com atividade física, uma massa ou tumefação que aumenta de volume, edema ou derrame articular e a diminuição de mobilidade da articulação, entre outros", disse.
"Quando invade os tecidos moles e ocorre uma fratura patológica, já implicou tempo de evolução e diagnóstico tardio. O osteossarcoma metastiza, ou seja, pode disseminar-se por via sanguínea e desenvolver lesões à distância, particularmente pulmonares", esclareceu.
O tratamento do osteossarcoma "é sempre multidisciplinar e deve ser realizado em Centros de Referência por equipas experientes", defendeu.
O objetivo é "curar" os doentes, com tratamento de quimioterapia antes e depois do tratamento cirúrgico.
O Dia do Osteossarcoma esta sexta-feira assinalado com um encontro científico no Hospital de Santo António focou-se nos doentes e nos seus testemunhos.
Os doentes que sobrevivem ao osteossarcoma atingem "níveis de qualidade de vida elevados e, inclusive, vários são atletas de alto rendimento", como é o caso de um atleta espanhol campeão do mundo em canoagem, um "verdadeiro exemplo de força e superação", e que esta sexta-feira esteve presente no encontro.
Na génese desta campanha estiveram também envolvidos Eduardo Ortiz Cruz, considerado uma referência mundial nesta doença e da Sociedade Europeia de Osteossarcoma.
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