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Centros fazem menos testes rápidos ao VIH

Entidades reportaram 9798 exames no ano passado, menos 1241 do que no ano anterior.

04 de junho de 2018 às 01:30

O número de testes rápidos ao VIH em Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH (CAD) registou uma quebra no ano passado. Segundo o Relatório de Atividades 2017 da Direção-Geral da Saúde (DGS), foram reportados 9798 testes, com uma proporção de 1,15% de casos reativos, quando em 2016 tinham sido realizados 11 039. Ou seja, mais 1241.

Enquanto os CAD enfrentam uma tendência decrescente relativa ao número de testes rápidos ao VIH, a atividade das entidades coletivas privadas sem fins lucrativos aumentou 34,5%, tendo sido reportados mais de 18 mil testes, com uma proporção de 1,28% de casos reativos. No conjunto de todas as entidades foram realizados 39 319 testes ao VIH no ano passado, mais 34% do que em 2016.

Só o Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) foi responsável por cerca de 15 mil sessões de rastreio, que além de testes ao VIH inclui também exames para a sífilis e Hepatites B e C. Deste total, o organismo identificou 800 casos positivos de VIH e encaminhou cerca de 80% destes para cuidados médicos.

"É preciso avaliar os CAD que fazem sentido manter e alocar os recursos onde tiverem maior impacto no controlo da epidemia que, neste caso, tendo por base os números da DGS, é nas organizações privadas", refere ao Correio da Manhã Luís Mendão, presidente do GAT.

O ativista alerta para a falta de acesso a testes em algumas regiões do País, "como é o caso da Península de Setúbal, onde apenas existe uma unidade móvel". Em Lisboa, os doentes portadores de VIH seguidos no Hospital Curry Cabral beneficiaram de um projeto, entretanto cancelado, para a dispensa de remédios hospitalares na farmácia. A medida abrangeu 780 doentes, mas só 44 passaram a levantar a medicação na farmácia.

Relatório revela que mais de oito mil doentes com Hepatite C já estão curados

Segundo o Relatório de Atividades de 2017 da Direção-Geral da Saúde, até fevereiro foram autorizados 18 929 tratamentos da Hepatite C. Deste total, 15 518 já foram iniciados. Segundo o documento, dos 9175 doentes com o tratamento concluído, 8870 estão curados, enquanto 305 continuam com a doença. No final de julho do ano passado, o Infarmed autorizou 34 pedidos de tratamento para o genótipo 2 do vírus da Hepatite C.

Rutura de stock de medicamentos em dez hospitais

O Relatório de Atividades da DGS revela que, dos 28 hospitais que seguem pessoas com VIH, 10 reportaram rutura de stock de terapêutica antirretroviral. Destes, quatro tiveram falta de medicamentos mais de cinco vezes. A situação poderá ser agravada devido ao novo projeto-piloto, que prevê que os doentes com VIH possam levantar a medicação nas farmácias comunitárias, embora esta venha dos hospitais. A medida começou há um mês e abrange doentes do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

SAIBA MAIS

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Diagnósticos de VIH foram confirmados em 2016, de acordo com dados da Direção-Geral da Saúde. Deste total, 161 casos correspondem ao estádio de Sida. A maioria (73%) são homens. Entre 1983 e 2016 foram notificados mais de 55 mil casos, dos quais 11 mil morreram.

Rastreios nas farmácias

Já é possível realizar testes rápidos ao VIH nas farmácias. O teste demora cerca de 15 minutos e o preço é variável. A Associação Abraço lançou kits gratuitos de rastreio ao VIH e à Hepatite C. A aquisição é feita através da internet, de forma gratuita, confidencial e anónima para maiores de 18 anos.

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