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Dependência da internet afeta regiões do cérebro ligadas à atenção e memória nos adolescentes

Investigadores analisaram mais de dez estudos que envolveram exames cerebrais a centenas de jovens dos 10 aos 19 anos.

11 de junho de 2024 às 16:02

Uma análise de 12 estudos realizada por investigadores da University College London, no Reino Unido, concluiu que o vício pela internet afeta a interação entre regiões específicas do cérebro ligadas à atenção e memória de trabalho, entre outras. Na análise, a equipa, que queria perceber o verdadeiro impacto da dependência da internet no cérebro dos mais novos, teve em conta estudos feitos entre 2013 e 2019 que envolveram centenas de jovens dos 10 aos 19 anos, diagnosticados clinicamente com esse vício.

Citado pela CNN, Max Chang, autor principal do estudo, explica que os jovens participantes nas investigações tinham uma "preocupação persistente com a internet", mas também "sintomas de abstinência" quando não podiam estar online e falta de contacto com outras pessoas devido à vontade de passar tempo na internet. 

Analisando os resultados, a equipa chegou à conclusão de que, quando os jovens realizaram atividades ligadas às funções executivas do cérebro, que envolvem atenção e tomada de decisões, por exemplo, as regiões cerebrais incluídas nessas atividades ficavam afetadas, tendo dificuldade em trabalhar entre si, comparativamente ao que foi verificado em jovens não viciados na internet.

De acordo com os investigadores do estudo, publicado na revista científica PLOS Mental Health,  esta análise sugere que existe mesmo uma associação entre a forma como diferentes regiões do cérebro se conectam e trabalham em conjunto e a dependência da internet, podendo afetar o desenvolvimento e o bem-estar dos mais novos.

Contudo, a análise não permite afirmar que existe uma relação de causa e efeito. Além disso, a equipa analisou estudos que foram todos realizados na Ásia e que envolveram, na sua maioria, participantes do sexo masculino, o que pode ter impacto nos resultados.

À CNN, Eva Telzer, professora de psicologia e neurociência da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, nos EUA, e que não participou no novo estudo, refere que "é muito possível que os adolescentes que têm diferenças subjacentes nos padrões de conectividade cerebral sejam mais vulneráveis ao desenvolvimento da dependência da internet". Não existindo dados longitudinais, é necessário realizar mais estudos, afirma.

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