Presença de 16 fármacos pertencentes a seis grupos terapêuticos, detetados em 91% dos locais de amostragem.
Um estudo internacional liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) revelou uma contaminação generalizada por fármacos nas águas de ribeiras urbanas europeias.
A investigação está integrada no projeto OneAquaHealth e analisou 102 ribeiras situadas nas cidades de Benevento (Itália), Coimbra (Portugal), Ghent (Bélgica), Toulouse (França) e Oslo (Noruega), revelou hoje a FCTUC, num comunicado enviado à agência Lusa.
Os resultados do estudo apontam para a presença de 16 fármacos pertencentes a seis grupos terapêuticos, detetados em 91% dos locais de amostragem.
Já misturas de fármacos foram encontradas em 79% dos pontos analisados.
"Entre os compostos mais frequentes destacam-se os irbesartan e bisoprolol (anti-hipertensores), bem como carbamazepina (anticonvulsivo), identificado em mais de metade das ribeiras urbanas", afirmou a estudante de doutoramento da FCTUC Fernanda Rodrigues.
De acordo com a responsável, citada na nota, "o paracetamol apresentou maiores concentrações, enquanto irbesartan, bisoprolol e fluoxetina atingiram níveis recorde face ao reportado anteriormente na literatura científica".
Em Coimbra, foram detetados 14 fármacos nas ribeiras urbanas, com destaque para carbamazepina, irbesartan, losartan, atenolol e venlafaxina.
Segundo a investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da FCTUC Maria João Feio, "um dos locais de amostragem da cidade apresentou 70% dos compostos analisados", sendo que as concentrações mais elevadas correspondem aos anti-hipertensores irbesartan e atenolol.
"Embora menos frequentes, quatro dos sete antibióticos testados também foram encontrados nas águas coimbrãs, um dado particularmente preocupante face à crescente resistência antimicrobiana, considerada uma das mais graves ameaças à saúde pública global", alertou.
A pesquisa identificou também diferenças estatísticas significativas entre os padrões de contaminação das cidades, com Coimbra e Oslo a apresentarem níveis mais baixos.
Segundo a FCTUC, no território português, a presença de fármacos foi estatisticamente associada à condição morfológica e ecológica das ribeiras e ao grau de impermeabilização urbana.
Estes resultados demonstram que a poluição não depende apenas do consumo de medicamentos, mas também da qualidade ecológica e do estado de conservação dos ecossistemas ribeirinhos.
A investigação evidencia, assim, "a necessidade urgente de restaurar os ecossistemas de água doce e de implementar novas tecnologias de remoção de fármacos nas estações de tratamento de águas residuais", apontaram os investigadores.
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