"Adesão extremamente elevada", afirma José Carlos Martins.
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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reivindicou esta quinta-feira "uma adesão extremamente elevada" à greve nacional que convocou, apontando números entre 70 e 90% em várias unidades de saúde.
Falando aos jornalistas à porta do hospital de S. José, em Lisboa, o presidente do sindicato, José Carlos Martins, afirmou que, naquela unidade, a adesão à greve atingiu 90,3%, enquanto que no hospital de S. João, no Porto, 79% dos enfermeiros não foram trabalhar.
O sindicalista afirmou ainda não dispor de números globais da greve, os quais serão divulgados mais tarde.
Greve de enfermeiros deixa hospitais do Alentejo com serviços mínimos e cirurgias adiadas
Valências com serviços mínimos de enfermagem e cirurgias adiadas são os principais efeitos nos hospitais públicos do Alentejo da greve de hoje dos enfermeiros, disseram à agência Lusa fontes sindicais.
No Alentejo, a maior adesão à greve é de 85% no hospital de Évora e a menor é de 35% no hospital de Beja, disse o coordenador da Direção Regional do Alentejo e dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Edgar Santos.
No hospital de Évora, várias valências estão a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, as consultas externas, o internamento e o bloco operatório, onde "cirurgias programadas foram adiadas e só se realizam as de urgência", indicou.
No hospital de Beja, disse, "como houve pouca adesão à greve", as várias valências do hospital estão "a funcionar quase sem problemas" e com mais do que serviços mínimos de enfermagem.
No norte alentejano, a adesão à greve no hospital de Portalegre é de "65%" e no de Elvas é de "50%", indicou o sindicalista.
No hospital de Portalegre, disse, também há várias valências a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, as consultas externas, o internamento e o bloco operatório, onde "só estão a ser realizadas cirurgias de urgência".
No entanto, em declarações à Lusa, o porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), Ilídio Pinto Cardoso, disse que a greve dos enfermeiros está "a afetar" os serviços de consultas externas do hospital de Portalegre, estando as restantes valências a funcionar com normalidade.
"O bloco operatório está a funcionar, a adesão à greve não está a afetar muito os serviços", afirmou Ilídio Pinto Cardoso.
No Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, a adesão à greve é de "87%", disse à Lusa o coordenador da Direção Regional de Setúbal do SEP, Zoraima Cruz.
Por isso, várias valências do Hospital do Litoral Alentejano estão a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, o internamento e o bloco operatório, onde "as cirurgias programadas foram adiadas e só decorrem as de urgência".
A greve, que decorre desde as 08:00 até às 24:00 de hoje, foi convocada pelo SEP para pedir a contratação de mais enfermeiros para compensar a passagem do regime de 40 para 35 horas semanais a partir de 01 de julho.
Os enfermeiros com contrato individual de trabalho vão voltar ao horário semanal de 35 horas em vez das atuais 40, o que, segundo contas do SEP, implica que serão precisos "1.976 enfermeiros" para compensar a redução de horas destes profissionais para manter tudo a funcionar.
Por outro lado, segundo a presidente do SEP, Guadalupe Simões, há uma falta de enfermeiros mais profunda, que tem a ver com "o desinvestimento e os cortes na área da saúde", com efeitos negativos nos salários e nas carreiras que levaram "muitos enfermeiros a sair do país".
Cirurgias canceladas nos hospitais do Algarve
A greve dos enfermeiros convocada para está a provocar o cancelamento de cirurgias nos hospitais do Algarve, registando-se uma adesão de 100% em vários serviços, disse à Lusa fonte um dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
"Durante a manhã foi cancelada a totalidade das cirurgias programadas nos hospitais do Algarve, registando-se uma adesão de 100% nos serviços de pneumologia, medicinas 1 e 3, cardiologia, neonatologia e pediatria", indicou à agência Lusa Nuno Manjua do SEP, durante uma concentração de enfermeiros à porta do hospital de Portimão.
De acordo com o dirigente sindical, "em média regista-se uma adesão de 80% nem todas as unidades de saúde algarvias".
Além dos constrangimentos causados nos três hospitais algarvios - Portimão, Faro e Lagos - que compõem o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) - a paralisação dos enfermeiros "está a afetar as unidades de cuidados de saúde primários, com uma adesão de 100%" em Quarteira e em Vila Real de Santo António.
Nuno Manjua considera que "a adesão significativa à greve, demonstra o descontentamento e a indignação dos enfermeiros face à contagem de pontos, independentemente do seu vínculo, para que possam progredir na carreira, a atribuição do suplemento de especialista que deveria ter tido efeitos retroativos a janeiro e a contratação destes profissionais de saúde".
"Faltam 500 enfermeiros no Algarve, 350 nos hospitais e 150 nos centros de saúde e queremos que de uma vez por todas, esta carência crónica acabe na região, porque este verão esperamos ainda uma maior dificuldade para assegurar os serviços", destacou.
O sindicalista do SEP prevê maiores dificuldades nas várias unidades de saúde durante o verão, devido ao facto dos enfermeiros que estavam a 40 horas passarem para as 35 horas semanais a partir do dia 01 de julho, o que "irá afetar, em muito, os cuidados de saúde" na principal região turística do país.
Greve em Coimbra com 75 e 80% de adesão
A adesão à greve dos enfermeiros nos hospitais do distrito de Coimbra situa-se entre os 75 e os 80%, informou hoje o dirigente regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
"De uma forma genérica, a adesão à greve é muito forte no distrito de Coimbra", com os hospitais a registarem uma adesão de entre 75 e 80%, afirmou o coordenador regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Paulo Anacleto, sublinhando que os enfermeiros "estão altamente descontentes".
De acordo com o dirigente sindical, no bloco operatório central do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) "nenhuma cirurgia programada foi realizada", sendo que nos blocos operatórios periféricos também só estão "as urgências a funcionar".
Também nos centros de saúde do distrito, a adesão à greve faz-se sentir, tendo provocado o encerramento do centro de saúde de Eiras, acrescentou.
Paulo Anacleto referiu que soube na terça-feira que vão ser contratados 46 profissionais de saúde para o CHUC, salientando que, mesmo que todos fossem enfermeiros, o número fica muito aquém das necessidades daquele hospital.
"Só enfermeiros, faltam 300 no centro hospitalar. E isto não são dados do sindicato, mas da própria administração", salientou.
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