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Hospitais podem contratar na hora

Profissionais criticam falta de planeamento ao longo de todo o ano.

15 de janeiro de 2015 às 08:22

Hospitais, centros hospitalares e unidades locais de saúde já podem contratar médicos e enfermeiros para reforçar as equipas das urgências ou de outros serviços nos quais esteja comprometida a prestação de cuidados de saúde. Segundo o despacho publicado em Diário da República, a contratação pode ser feita no próprio dia em que é identificada a carência, sendo obrigatória a justificação no prazo máximo de dois dias.

"Quando há fogo chama-se os bombeiros. É o que o Ministério da Saúde está a fazer, ao não prevenir a rutura em situações perfeitamente identificadas", considera Maria Merlinde Madureira, presidente da Federação Nacional dos Médicos, catalogando a medida como um "remendo".

Para a dirigente sindical, o erro está na gestão que é feita ao longo de todo o ano. "Não há planeamento nas instituições de saúde, nem entre instituições", acusa, alertando que "as unidades vão ter dificuldades em encontrar médicos porque já emigraram ou estão no setor privado".

Já Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, acredita que a medida pode ajudar a solucionar o problema da rutura das urgências. "A falta de profissionais é tanta que qualquer reforço é bem-vindo", diz a enfermeira, para quem os picos são conhecidos: "Acontecem no inverno, com a gripe, e no verão, com o calor." A solução, acrescenta, devia passar pela prevenção: "Se isso não for feito, ao nível das unidades de saúde familiar, não será possível evitar a ida dos idosos às urgências."

Marta Temido, presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, aplaude a medida: "Vai ajudar a resolver muitos problemas da substituição de pessoal. Basta recorrer às reservas de recrutamento e contratar os profissionais necessários." A maior dificuldade, acrescenta, estará na contratação de médicos: "Há menos do que enfermeiros."

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