Chegam ao Carmelo relatos de graças vindos de vários países.
Desde que morreu, a 13 de fevereiro de 2005, a Irmã Lúcia já ajudou a realizar mais de 1600 ‘milagres’. Essa é pelo menos a convicção dos devotos da Vidente de Fátima que, dia sim dia não, escrevem para o Carmelo de Coimbra a dar conta de graças recebidas.
Os relatos chegam à média de 150 por ano e, para além de relatarem a graça recebida, os fiéis agradecem a ajuda concedida pela carmelita, cujo processo de canonização foi aberto, na Congregação para as Causas dos Santos, em Roma, há precisamente um ano.
E os casos relatados pelos fiéis vão desde as curas de doenças tidas por graves, que são a maioria, até factos aparentemente menos relevantes, como conseguir um emprego ou ter boa nota num exame escolar.
A Vidente já morreu há 13 anos, mas os relatos de milagres não param de chegar às Carmelitas de Coimbra. "É verdade que as descrições de graças continuam a chegar ao ritmo de umas dez a quinze por mês", disse ao Correio da Manhã a Irmã Ana Sofia, do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, onde a mais velha dos Três Pastorinhos viveu mais de 50 anos.
Para esta religiosa, que vive em clausura e conviveu nove anos com a Irmã Lúcia, as graças acontecem um pouco por todo o Mundo. "Recebemos cartas e emails de dezenas de países. A maioria, naturalmente, de Portugal, mas vêm também de Espanha, do Brasil ou de países tão longínquos como a China ou o Sri Lanka", disse.
Dos mais de 1600 casos de graças que os fiéis atribuem à Irmã Lúcia, há já cinco que estão pré-selecionados pelos responsáveis pela causa, por terem possibilidades de virem a ser considerados milagres pelos médicos e teólogos do Vaticano e, dessa forma, abrirem caminho à beatificação de Lúcia de Jesus.
Um politraumatizado curado em Itália, uma pessoa que viu resolvida uma patologia cerebral em Portugal e uma criança curada de uma enfermidade grave no Brasil estão entre os casos em análise.
Processo de canonização com 15 mil páginas está em análise há um ano
Da congregação chegaram à postulação e ao Carmelo indicações de que o processo apresentava "grande qualidade". As 14 caixas continham 15 mil páginas, muitas delas cópias de cartas escritas e recebidas pela Vidente. A análise da documentação ainda decorre, prevendo-se que possa estar concluída em 2019.
"Modelos de vida cristã"
"Nossa Senhora escolheu o coração inocente e a simplicidade de Francisco, Jacinta e Lúcia como depositários da sua mensagem. Os pastorinhos acolheram-na dignamente, ao ponto de serem reconhecidos como testemunhas fiáveis das Aparições e tornando-se modelos de vida cristã", disse o Papa.
Venerável em meados de 2019
Rota Carmelita arranca em maio
"A saída acontece aqui no Carmelo e todo o trajeto, nos mais diversos pontos de vista, religioso, cultural ou patrimonial, tem por objetivo proporcionar a contemplação, a oração e a fruição da natureza", disse ao CM a Irmã Ana Sofia. Esta Rota Carmelita atravessa os concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Penela, Ansião, Alvaiázere e Ourém.
Cada município representa uma etapa e em todos eles há inúmeras propostas de visita. Logo a começar pelos templos de Coimbra, passando pelas ruínas de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, a aldeia de Rabaçal, em Penela, ou a de Santiago da Guarda, em Ansião, até aos extensos carvalhais de Alvaiázere ou ao arrebatador castelo de Ourém.
Só no município de Ourém, que conta com um troço de 42 quilómetros, de Freixianda até Fátima, o investimento rondou os 230 mil euros.
PERFIL
Lúcia de Jesus Rosa dos Santos nasceu em Aljustrel a 28 de março de 1907. É a última de sete irmãos, seis raparigas e um rapaz. Aos sete anos começou a levar o rebanho para o campo. Era uma criança igual às outras, mas, a partir de 1917, o ano das Aparições, tudo mudou.
Nelas, Lúcia ocupa lugar de destaque, pois é a única que fala com a Virgem e que fica para contar o que aconteceu na Cova da Iria. Em 1921 entra para o Colégio das Irmãs Doroteias (Porto). Nessa altura, as Doroteias portuguesas tinham o noviciado em Tuy (Espanha).
Para ali se dirigiu em 1925, regressando em 1946. Dois anos mais tarde, entrou para o Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, onde morreu a 13 de fevereiro de 2005, com 98 anos. Está sepultada na Basílica de Fátima junto de Francisco e Jacinta.
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