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Mais de 80 oradores em Assembleia Ética no sábado sobre o clima e a COP30

Organizadora do evento disse que a COP desapontou.

28 de novembro de 2025 às 08:21

Mais de 80 oradores vão participar no sábado em palestras, debates e mesas-redondas sobre clima e justiça social, numa cimeira independente em Lisboa que fará também o rescaldo da "deceção" que foi a conferência da ONU, a COP30.

Uma semana depois da conferência sobre o clima realizada no Brasil, com o objetivo principal de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), que provocam o aquecimento do planeta, a "Ethical Assembly 2025" (Assembleia Ética) vai debater o tema em Lisboa, no "Beato Innovation District", mas terá também iniciativas em locais como Sintra ou Sesimbra.

Patrícia Imbarus, organizadora e fundadora do evento, em entrevista à agência Lusa explicou que foi opcional marcar a "Ethical Assembly" para depois da COP30, para que a conferência fosse debatida, embora mesmo antes do final da reunião do Brasil os parceiros da iniciativa do Beato já temessem que nada de substancial fosse decidido, como se confirmou.

Ou seja, disse, mais uma vez a COP desapontou, mais uma vez teve demasiados representantes do petróleo e do gás, e mais uma vez pouco se faz para ajudar os pequenos Estados que mais sofrem com as alterações climáticas.

Atualmente, há toda a informação disponível, todos sabem que é preciso agir já, mas há uma diferença entre o que sabemos que temos de fazer e o que estamos realmente a fazer, disse Patrícia Imbarus, que alertou para os "problemas gigantes" que a humanidade tem de enfrentar e para os quais a parte política tem falhado.

"Quando falamos desta crise tão grande perguntamos como é que a nossa ação pode mudar. Muitas vezes não sabemos como começar, como agir", pelo que desde 2019 o objetivo da "Ethical Assembly" é criar uma "comunidade acolhedora" de troca de experiencias várias e conversas diferentes, para encontrar "soluções mais robustas e abrangentes".

"Não é só o deputado do Parlamento Europeu que vai resolver a situação do aquecimento global, é a senhora do meu bairro, o professor, o advogado ou a contabilista. Cada um de nós tem um poder enorme e responsabilidade para agir", salientou, acrescentando que a assembleia é um espaço para buscar soluções, evitar erros na transição justa e "democratizar o acesso à conversa".

Na entrevista à Lusa, Patrícia Imbarus destacou no modelo deste ano as mesas-redondas participativas, com os participantes a sentar-se ao lado dos especialistas e oradores, para "sessões mais participativas" nas quais "cada um tem uma voz para ser ouvida".

Nas mesas-redondas estarão presentes entidades ligadas à ONU ou ao Pacto Europeu pelo Clima mas também a associações como a WWF Portugal, Zero oi Oikos, VOLT Europe ou Sea Shepherd, entre outros.

Na manhã de sábado, sob o lema "Compostar o ano", vai debater-se a perda de biodiversidade ou o retrocesso das políticas climáticas, e durante a tarde, sob o tema "Reimaginar o futuro", debatem-se planos de ação para um futuro mais sustentável.

Robin Moore, da associação Re:Wild, Angela Yang (União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN), ou Kat Hamilton, da "Force of Nature", entidade que promove a ação climática entre jovens através de programas de formação gratuitos, são alguns dos participantes na iniciativa, a par de vários especialistas nacionais.

Além da apresentação do documentário "Ocean with David Attenborough"( Oceano com David Attenborough), outro dos destaques da organizadora, que aponta a conclusão de que o oceano tem uma grande capacidade de regeneração mas que "é preciso agir agora", o segundo dia terá em agenda iniciativas em Lisboa mas também em Sintra e em Sesimbra, com experiencias e formações práticas.

A "Ethical Assembly" surgiu em 2019 como uma alternativa independente ao formato de eventos de clima e sustentabilidade, que "são na sua grande maioria espaços frequentemente dominados por ´greenwashing´, conteúdos pagos e lobby do setor do gás e do petróleo", disse Patrícia Imbarus citada num comunicado sobre a iniciativa.

À Lusa destacou ainda a importância de juntar pessoas de várias áreas e gerações, "juntar todos", porque também todos os desafios estão ligados.

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