Paulo Filipe demitiu-se de diretor de Dermatologia do Hospital de Santa Maria. Vai ser professor catedrático.
Paulo Filipe deixa Hospital de Santa Maria após polémicas e vai ser professor catedrático
Paulo Filipe demitiu-se de diretor da Unidade de Dermatologia do Hospital de Santa Maria na segunda-feira à noite, mas já tem emprego garantido: na terça-feira foi publicado em Diário da República um despacho em que é autorizada a sua contratação para dar aulas, em exclusividade, como professor catedrático, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Paulo Manuel Leal Filipe foi um dos concorrentes para professor catedrático, em Ciências Médicas, e terá ficado a saber nos últimos dias que foi um dos dois escolhidos para o lugar - o despacho data de dia 16.
A saída de Paulo Filipe da direção da Unidade de Dermatologia de Santa Maria surgiu após ser conhecido mais um caso de alegados abusos nas cirurgias adicionais. Depois do caso de Miguel Alpalhão, o 'turbo-médico' que auferiu 700 mil euros em pelo menos dez sábados, com cirurgias ao abrigo do SIGIC, para combater as listas de espera - situação que está a ser investigada pelo Ministério Público e Inspeção-Geral das Atividades em Saúde - na última semana ficou a conhecer-se o caso de Rita Travassos, que terá ganho mais de 110 mil euros em sete sábados, sendo que houve dias em que nem sequer estava em Portugal.
Confrontado com mais esta situação pelo presidente do Conselho de Administração de Santa Maria, Carlos Martins, o dermatologista Paulo Filipe- que integra o colégio da especialidade na Ordem dos Médicos - apresentou a demissão do cargo, que foi aceite.
Ministra desconhece devios
Ana Paula Martins, ministra da Saúde, foi administradora da ULS Santa Maria antes de ir para o Governo. Já afirmou que enquanto dirigiu o hospital, nunca recebeu "reporte de de desvios ou anomalias" relacionadas com o Sistema Integrado de Inscritos em Cirurgia.
O Governo pretende alterar o sistema de gestão das cirurgias. Os níveis de prioridade vão passar de quatro para dois - urgente e normal - e os tempos máximos de espera vão ser reduzidos.
Miguel Alpalhão
Em entrevista ao Expresso, Miguel Alpalhão, que chegou a faturar 51 mil euros num sábado, garantiu que operou "quem precisava de ser operado, segundo as regras que foram definidas superiormente". O médico frisou que "o tipo e número de cirurgias foram sempre comunicadas pelo diretor do serviço à equipa e fundamentadas em autorizações superiores".
Lista de espera
Em março estavam inscritos no SIGIC (listas de espera para cirurgia) 267949 utentes. Destes, mais de 72 mil já estavam fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG). Na ULS Santa Maria, havia 10213 utentes em espera (3214 fora do TMRG).
Cirurgias no SNS
No 1º trimestre do ano foram realizadas 448 mil cirurgias nos hospitais do SNS, segundo o Portal da Transparência do SNS. Mais de 24 mil foram cirurgias urgentes, 154 mil foram em ambulatório, 58 mil convencionais e 212 mil programadas.
Auditoria às cirurgias
A auditoria da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) à atividade cirúrgica realizada em produção adicional no SNS vai abranger, numa primeira fase, 10 unidades locais de saúde e institutos de oncologia. Segundo o despacho publicado na segunda-feira, os objetivos da auditoria são conhecer se há abusos na cirurgia em produção adicional, face à atividade normal, e quais os mecanismos de controlo da atividade em produção adicional. A IGAS prevê que os dados estejam tratados até ao final da primeira quinzena de julho.
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