País não pediu à Federação Russa, que enviasse aviões anfíbios para ajudar no combate aos incêndios, ao contrário do que afirmou o eurodeputado grego Nikolas Farantouris.
Portugal foi alvo de desinformação russa sobre o envio de aviões para ajudar no combate aos incêndios florestais em agosto, concluiu o relatório mensal do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO).
De acordo com o relatório mensal do EDMO divulgado esta segunda-feira, dos 1.441 artigos intercetados pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 127 (9%) focaram-se em desinformação relacionada com as alterações climáticas e 99 (7%) em desinformação relacionada com a Ucrânia.
Além disso, 90 (6%) eram desinformação sobre a União Europeia (UE), 90 (6%) referente a questões de imigração, 79 (5%) relacionada com o conflito entre Israel e Hamas, 49 (3%) envolvia desinformação sobre a Covid-19 e 18 (1%) sobre questões LGBT+ e de género.
"O tema mais visado pela desinformação no mês de agosto foi as alterações climáticas, em linha com a tendência crescente registada no mês passado", quando a desinformação sobre este tema registou cerca 8%.
Contribuíram para este aumento, narrativas falsas relacionadas com eventos extremos, bem como a "desinformação pró-Rússia que se apoderou de notícias falsas sobre o ambiente: por exemplo a Ucrânia é retratada como a culpada pelas chuvas extremas registadas na Lituânia", refere o EDMO.
"Na Grécia e em Portugal, em contrapartida, a Rússia tem sido retratada como uma potência benevolente, uma vez que alegadamente se ofereceu para enviar aviões e ajudar a população local a combater os incêndios florestais", acrescenta o observatório.
Em agosto, a Lusa Verifica já tinha desmentido esta narrativa, pois Portugal não pediu à Federação Russa, que enviasse aviões anfíbios para ajudar no combate aos incêndios, ao contrário do que afirmou o eurodeputado grego Nikolas Farantouris.
Se este pedido fosse verdadeiro, violaria as atuais sanções impostas pela UE à Rússia.
As falsas notícias relacionadas com a guerra na Ucrânia e com a UE também aumentaram, "tal como aconteceu com a desinformação sobre a crise em Gaza, com a narrativa continua, de que a fome não é real ou amplamente exagerada".
Embora a partilha de desinformação relacionada coma imigração e com as questões LGBT+ tenha diminuído em comparação com o mês de julho, as notícias falsas e enganadores sobre os outros temas monitorizadas permaneceram estáveis.
O relatório destaca também a cimeira entre Putin e Trump, no Alasca (EUA), bem como as reuniões que se seguiram com vários líderes europeus, que aumentaram a viralidade de diversas alegações "destinadas a ridicularizar e menosprezar a União Europeia, ou retratar os seus membros como belicistas".
Neste sentido, "a desinformação pró-Rússia contribuiu para espalhar esta imagem de uma Europa militarizada e agressiva, com histórias falsas que apresentam, por exemplo, oficiais militares britânicos capturados durante um ataque russo na Ucrânia".
O mês de agosto ficou ainda marcado pelo início da aplicação de tarifas entre os EUA e a UE, mas este tema parece ter sido temporariamente deixado de fora das narrativas de desinformação, refere o observatório.
A percentagem de notícias falsas que utilizam conteúdo gerado por Inteligência Artificial (IA) permaneceu estável em agosto, com 147 (10%) artigos a abordar o uso desta tecnologia na desinformação.
Apesar disso, o EDMO alerta que nos últimos meses os utilizadores recorrem cada vez mais a modelos de IA para verificar informação, contribuindo inadvertidamente para a disseminação de desinformação.
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