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Aumento de utilizadores europeus no Telegram levanta preocupações sobre desinformação

Aplicação passou de 35 milhões de utilizadores ativos mensais em 2014 para mil milhões em 2025.

10 de setembro de 2025 às 14:36

O crescimento de utilizadores europeus na rede social Telegram representa riscos para a desinformação e estruturas europeias, uma vez que a aplicação é "um dos principais canais de desinformação", revela um artigo da plataforma europeia EUvsDisinfo.

"Desde a sua fundação em 2023, o Telegram evoluiu rapidamente de uma aplicação de mensagens de nicho para uma das plataformas digitais mais influentes do mundo, e a sua crescente presença na União Europeia (UE) levanta desafios urgentes", começa por referir a plataforma.

A EUvsDisinfo alerta que a rede social é cada vez mais utilizada para campanhas maliciosas e desafia o espaço da informação credível e as estruturas de governação digital da UE, sendo "um dos principais canais de desinformação".

O Telegram passou de 35 milhões de utilizadores ativos mensais em 2014 para mil milhões em 2025, um crescimento impulsionado, sobretudo, pela multifuncionalidade da comunicação privada que a plataforma oferece.

"A sua credibilidade é legitimada por figuras notáveis que usam a plataforma, incluindo atores políticos como o Presidente francês, Emmanuel Macron, a Comissão Europeia, meios de comunicação como a Euronews e ONGs como a Amnistia Internacional e Greenpeace", lê-se na informação disponibilizada.

Além disso, o anonimato da aplicação, a reduzida moderação de conteúdo em comparação com plataformas como o Facebook e YouTube e a cooperação limitada com as autoridades, tornam a rede social atraente para agentes mal-intencionados.

Neste sentido, o Telegram "tornou-se num centro para a desinformação", onde os golpes fraudulentos aumentaram em mais de 2.000% entre novembro de 2024 e janeiro de 2025.

"A rápida expansão do Telegram em toda a UE levantou sérias preocupações sobre o seu uso para desinformação e o seu impacto nos processos democráticos", afirmam os investigadores, acrescentando que a plataforma "pode tornar-se numa ferramenta poderosa para influência estrangeira, desinformação e manipulação pública".

A EUvsDisinfo revela ser necessário ter em conta a rápida e generalizada ascensão do Telegram na Ucrânia, com 90% dos ucranianos a dizer usar a aplicação e 73% dos entrevistados a recorrer ao Telegram como principal fonte de notícias diárias, refere um estudo citado.

"Uma das preocupações mais graves é a proliferação de canais anónimos do Telegram que se apresentam como fontes legítimas de notícias", lê-se no documento.

A plataforma europeia salienta ainda que plataformas como o Telegram não apenas hospedam conversas, como moldam crenças, comportamentos e resultados públicos, podendo ter uma "influência corrosiva", pelo que a UE deve agir com firmeza para garantir que a infraestrutura digital apoia os valores democráticos.

A EUvsDisinfo é composta por uma equipa de especialistas em desinformação, fazendo parte do serviço diplomático da UE.

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