Estudo concluiu que salário é incentivo para ter condições de carreira e trabalho mais atrativas.
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Um estudo divulgado esta segunda-feira conclui que o salário não é determinante para levar jovens médicos para o Interior de Portugal, mas sim incentivos para ajudar a fixar também a família e condições de carreira e trabalho mais atrativas.
O estudo resulta de uma parceria entre o Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) e o Instituto Politécnico de Bragança, o responsável pelo trabalho de investigação que durou oito meses e que auscultou 1.180 médicos inscritos na Secção Regional do Norte da Ordem.
Os resultados foram apresentados esta segunda-feira, no Porto, e indicam que os principais motivos que levam os clínicos a rejeitarem fixar-se nas regiões interiores Norte "são o afastamento da família, a expectativa de não diferenciação profissional, a expectativa de não progressão na carreira e a falta de diversidade cultural e de lazer".
"Não é uma questão de dinheiro a expectativa maior para fixar os jovens médicos", afirmou o presidente do Conselho Regional da Ordem, António Araújo, realçando que as conclusões deste estudo "consubstanciam a linha de pensamento" do organismo que representa estes profissionais.
O distanciamento da família aparece à cabeça dos obstáculos para a escolha do Interior, pelo que o dirigente defende que "há que equacionar formas de ajudar a fixar também as famílias no Interior" de maneira a que "possam ter acesso mais facilitado ao trabalho, escolas, habitação".
António Araújo defende, também, que há que "fazer sentir aos médicos que conseguem realizar lá as suas carreiras com condições profissionais" e isso "tem a ver com a melhoria dos locais", no caso das unidades de saúde.
"Tem a ver com investimento, de forma a que se tornem atrativas, requer investimento nas unidades de saúde, na sua dignificação", acrescentou.
Os resultados deste estudo vão ser enviados à tutela para que "tome noção do que se passa" e de que "não vale a pena tomar medidas isoladas, se não olhar a global", salientou o responsável do Conselho Regional da Ordem.
Este "é o primeiro estudo de base científica feito com este propósito" e coordenado pelo Politécnico de Bragança, realçou António Araújo.
Segundo os dados divulgados, dos 1.180 médicos inquiridos na região Norte, a maioria foram mulheres, ou seja 735, que equivalem a mais de 62% da amostra, e 445 homens, que representam 36,7%.
O objetivo foi "conhecer as determinantes de fixação dos médicos no espaço laboral, assim como as motivações que podem levar os jovens médicos a fixarem-se no Interior do país".
O presidente do CRNOM considera "preocupante a falta de médicos em distritos do Interior, onde a idade média dos profissionais é elevada, com a perspetiva de que, no prazo de quatro a seis anos, muitos médicos vão para a reforma".
"Este estudo é uma referência importante para decisões políticas que venham a ser aplicadas e a ser levadas a cabo para atrair médicos para o Interior do país", defendeu.
O estudo concluiu que "os médicos do Norte optam mais por fixar-se no litoral se for o local de formação/exercício da especialidade pretendida, pelo grau de diferenciação da instituição, pelas boas referências e nível organizacional do serviço".
Dos 925 residentes no litoral norte, apenas 191 (20,7%) trabalham num local distinto da sua residência.
Quem reside e trabalha no mesmo local "tem duas vezes mais probabilidade de querer ficar" e, entre aqueles que não residem no local onde trabalham, "existe quatro vezes mais probabilidade de ficar se o nível de diferenciação ou centro de saúde for elevado".
As principais razões apontadas nos diferentes cenários para não permanecerem num lugar são "a não diferenciação, não progressão na carreira e afastamento da família".
O estudo concluiu que "o perfil de profissional que tende a sair do local de trabalho é mulher, solteira, jovem, interna de formação específica a trabalhar no distrito de Bragança, numa instituição pública nos cuidados de saúde primários em regime de não exclusividade".
Já o perfil do médico que tende a ficar no local de trabalho "é do género masculino, casado, assistente graduado sénior, com doutoramento, natural, residente e a trabalhar no litoral, numa instituição público-privada, nos cuidados hospitalares em regime de não exclusividade, mas com atividade secundária".
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