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"Estamos permanentemente com taxa de ocupação alta": Hospital Santa Maria diz que tem de recorrer a transferência de doentes

"Paragem cardiorrespiratória foi uma situação que não estava prevista", referiu Luísa Pinto.

30 de agosto de 2022 às 09:55

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, reagiu esta terça-feira à morte da mulher, de 34 anos, que estava grávida de 31 semanas, no passado sábado, depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória quando foi transferida do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por falta de vaga no Serviço de Neonatologia.O diretor de Neonatologia do Hospital Santa Maria, André Graça, diz que que a morte da grávida, este sábado, durante a transferência para o Hospital São Francisco Xavier, "foi inesperada" e que o desfecho poderia ter sido igual se a mulher permanecesse naquela unidade de saúde.André Graça acrescentou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que têm estado "permanentemente com uma taxa de ocupação alta", mas que os serviços funcionam em rede.Sem vagas no serviço de Neonatologia, a equipa decidiu que iria transferir a grávida de 31 semanas para o São Francisco Xavier quando a sua situação de saúde estivesse estável, mas a mulher acabaria por morrer durante a viagem de ambulância."O acontecimento da paragem cardíaca foi inesperado, aconteceu 10 a 15 minutos após ter saído daqui", acrescentou o diretor clínico do Santa Maria, Luís Pinheiro.De acordo com Luísa Pinto, Diretora de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, a mulher, oriunda do estrangeiro, entrou com taquicardia no hospital e foi internada no bloco de partos até estar estável.

As equipas médicas nunca tiveram acesso ao historial clínico da grávida, que não falava português nem inglês, disse Luísa Pinto, acrescentando que os profissionais de saúde desconheciam se "a grávida tinha alguma patologia".

Depois de estabilizada em poucas horas, com níveis de oxigénio normal e a tensão arterial normal, e uma vez que o feto tinha restrição de crescimento, foi decidida a tranferência da mãe por ser o melhor para o bebé. "O bebé deve nascer no local onde tem sido assistido", referiu Luísa Pinto, acrescentando que "as transferências acontecem todos os dias tendo em conta as vagas neonatais e a saúde do bebé".

"A recomendação em todos os países do mundo é evitar que os bebés nasçam num local e sejam transferidos de ambulância, o melhor meio de transporte é o útero da mãe", disse André Graça, acrescentando que transferir um grande prematuro de ambulância representa "riscos significativos" e por isso "só se faz em último caso".

"No decurso do transporte, a paragem cardiorrespiratória foi uma situação que não estava prevista dada a estabilização cliníca da mulher", rematou Luísa Pinto.

Se houvesse alguma suspeita de perigo, "no limite, faríamos o parto cá", garantiu Luís Pinheiro.

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