Rúben Silva, do Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviário, considerou que "a ferrovia não se faz sem pessoas".
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Dezenas de trabalhadores da CP concentraram-se esta segunda-feira junto à estação de S. Bento, no Porto, para reivindicar "uma valorização real" dos seus salários, no âmbito de uma greve que está a registar uma adesão "próxima dos 98%".
Em declarações à Lusa, Rúben Silva, do Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviário (STMEFE), explicou que "houve uma atualização salarial de 3,4%, o que fica muito abaixo do anunciado pelo Governo, que eram os 5,1% para o setor empresarial do Estado, mas mesmo os 5,1% consideramos um valor muito baixo, tendo em conta a inflação".
"Estes trabalhadores em 2022 tiveram um aumento de 0,9%, ao longos dos 20 anos temos vindo a perder significativamente o poder de compra, o salário tem vindo a baixar de forma muito drástica e não temos visto por parte do Governo uma tentativa de um investimento sério nos trabalhadores", disse o dirigente do STMEFE, um dos sindicatos que convocaram esta greve de 24 horas.
Rúben Silva referiu que a administração da CP e o Ministério das Infraestruturas, que tutela a empresa ferroviária portuguesa, "dizem que existe um investimento sério na ferrovia, mas a ferrovia não se faz sem pessoas, sem os trabalhadores da manutenção, da bilheteira, revisores e maquinistas".
"É uma luta que já dura desde 2020, entretanto os trabalhadores tendo em conta a situação pandémica foram cedendo e abrandando as formas de luta, neste momento e ao fim deste tempo, consideramos que é necessário voltarmos às nossas ações e marcarmos a nossa posição", disse, lamentando que "não haja abertura para negociação" por parte dos responsáveis.
De acordo com este dirigente sindical, "mesmo quando foi para a aplicação dos 3,4% nos salários, o que foi comunicado em sede de reunião foi que estávamos a ser informados e queriam que os sindicatos decidissem dentro desses 3,4% de que forma é que poderiam ser aplicados aos trabalhadores, numa tentativa de fazer um desnível entre os trabalhadores no topo da carreira e os de entrada na carreira".
Os sindicatos que convocaram esta greve consideram que "este não é o método mais correto, defendendo uma valorização igual para todas as carreiras, de acordo com a inflação que se tem registado no país".
Se após quarta-feira não houver resposta por parte da administração e do Ministério das Infraestruturas, "iremos, sim, agilizar novas formas de luta até conseguirmos ser recebidos e retomar a negociação", disse Rúben Silva.
"A adesão está a ser bastante grande, o que vem contrariar o maior impacto é mesmo a obrigatoriedade dos 25% de serviços mínimos, o que não se registou noutras greves que aconteceram na CP no início deste mês. Mesmo assim, arrisco-me a dizer que a adesão será por volta dos 98%, porque os trabalhadores estão efetivamente descontentes com o que lhes têm vindo a fazer ao longo dos últimos 20 anos", acrescentou Rúben Silva.
De acordo com os sindicatos, mesmo com os 25% de serviços mínimos, "há muitas supressões acontecer", referindo que para esta sgeunda-feira estavam previstos cerca de 1344 serviços e só deverão acontecer 399 durante este dia".
Num balanço enviado à Lusa, a CP refere que suprimiu 143 comboios dos 249 programados entre as 00h00 e as 08h00 desta segunda-feira devido à greve dos trabalhadores da transportadora.
A greve foi convocada pelos Sindicatos SINFA, ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINFB, SIOFA, STF, STMEFE, SINAFE para os dias 27 de fevereiro e 01 de março e pelo SNTSF para os dias 28 de fevereiro e 02 de março.
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