Pedro Costa Ferreira apontou os números do setor da Distribuição Turística - agora atualizados para 2024 -, como "os melhores de sempre".
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) considerou, esta terça-feira, que o turismo é "criticado pela mediocridade reinante", mas que "não é por acaso" que é mais competitivo que a economia nacional.
"Infelizmente, num mundo onde novas zonas económicas emergem, com uma simbiose perfeita entre inovação e sentido de serviço, a Europa, e com ela Portugal, embrulha-se cada vez mais nas trapalhadas de Bruxelas, na falta de visão de futuro, na preguiçosa perda de competitividade", começou por dizer Pedro Costa Ferreira, no discurso inaugural do 50.º Congresso Nacional da APAVT, em Macau.
O evento, que decorre até quinta-feira, conta com mais de mil profissionais em Macau para debater o setor do turismo.
"Desmoronamo-nos, à medida que as redes sociais substituem os livros, à medida que a digitalização da democracia afasta a tolerância, à medida que nos escravizamos na estagnação económica, em lugar de trabalharmos para crescer, única maneira conhecida de redistribuir melhor, acolher os mais fracos e defender as próximas gerações", disse Pedro Costa Ferreira.
Conjuntura a que, considerou o dirigente, o setor turístico tem sabido resistir.
"O turismo, e a distribuição turística, tão atacados pela mediocridade reinante, constituem certamente uma zona de resistência a todo este quadro. Tem permitido crescer, onde todos estagnam, tem dado uma hipótese à coesão territorial, onde todos centralizam, tem possibilitado acolher imigrantes, dando-lhes formação e condições dignas, quando outros os defendem nas ruas, para melhor os alojarem em camadas, como se fossem escória humana", explicou.
Atitudes que explicam que o setor em Portugal seja considerado dos mais competitivos, dos que em alturas de crise, como a covid-19, mais resiliência têm mostrado.
"Não é por acaso que o turismo português é mais competitivo do que a economia nacional. Temos trabalhado mais, temos inovado mais, temos competido com os melhores do mundo. Construímos um edifício de cooperação, composto pelas empresas, as associações, a CTP [Confederação do Turismo de Portugal], o Turismo de Portugal, as regiões de Turismo e o Governo. Temos sabido garantir a harmonia do conjunto, construída a partir da diversidade das partes", reforçou Pedro Costa Ferreira.
Assim, justificou que "Olhar o Futuro" - o tema desta edição do congresso - "não é apenas" o mote.
"Representa a atitude de cada uma das nossas empresas, espelha a ambição de todo um setor, caracteriza o espírito de inovação que é inerente a todos nós", disse o dirigente.
Pedro Costa Ferreira apontou, assim, os números do setor da Distribuição Turística - agora atualizados para 2024 -, como "os melhores de sempre".
"Os efeitos diretos, indiretos e induzidos da Distribuição Turística, representaram em 2024, 7,7 mil milhões de euros, o equivalente a 3% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional. Se pensarmos que, em 2022, o mesmo agregado económico representava 5,8 mil milhões de euros e, em 2019, 4,2 mil milhões, percebemos então o verdadeiro significado do crescimento fantástico da influência económica do nosso setor", referiu.
Mais relevante ainda, considerou, é "acentuar que 7,7 mil milhões [de euros] equivalem a cerca de 3% do PIB nacional, enquanto 5,8 mil milhões representavam, em 2022, aproximadamente 2,2%".
"Estamos perante um setor que claramente cresce e se moderniza acima do padrão nacional, ampliando a sua influência na economia portuguesa. Apenas para melhor enquadrarmos os números que acabei de referir, 7,7 mil milhões [de euros] significam mais de sete vezes as exportações de vinho de Portugal, ou cerca de 23 vezes o Valor Acrescentado Bruto da Autoeuropa", sublinhou.
A Distribuição Turística teve em 2024 um impacto global de cerca de 2,9% do emprego global, 3,3% do total nacional das remunerações, e 2,6% do total da receita fiscal arrecadada em Portugal, segundo a mesma fonte.
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