Projeto-piloto está em fase de testes. Utilização de 'drones' é já comum para fins recreativos, bem como em contextos de guerra.
A Unidade Local de Saúde São João, no Porto, está a testar a utilização de 'drones' na área da saúde, um projeto-piloto em fase de testes que tem como primeiro passo a construção de um vertiporto, foi hoje revelado.
"Se me pergunta se vai ser possível recorrer a aeronaves não tripuladas [drones] para transporte de medicamentos, sangue, órgãos, um desfibrilhador ou outro material daqui a um, cinco ou mais anos, não poderei dar a resposta. Mas sei que a ULSSJ está a capacitar-se, de acordo com o que são as boas práticas internacionais, de acordo com o que é o conhecimento nesta área internacionalmente, das ferramentas e das condições para que isso seja possível fazer em total segurança", disse a presidente do conselho de administração, Maria João Baptista.
Em causa está um projeto-piloto desenvolvido pela ULSSJ em parceria com o CEiiA -- Centro de Engenharia e Desenvolvimento e o laboratório de inovação médica 4LifeLAB, um consórcio que une engenharia e saúde que mereceu financiamento específico nacional e europeu. Do lado do São João, a verba ronda os 800 mil euros.
A utilização de 'drones' é já comum para fins recreativos, bem como em contextos de guerra.
Em contextos de catástrofe, de terramotos e maremotos, também já foram utilizados para fazer chegar medicamentos, sangue e equipamento a áreas remotas.
À Lusa, dando exemplos de casos na Índia, Uganda, Ruanda, entre outros, Maria João Baptista, sublinhou as palavras "eficácia" e "rapidez" para descrever as mais-valias da utilização de 'drones' na saúde.
"Sabemos que mesmo em contextos em que temos cuidados de saúde de país civilizado, que temos cuidados de saúde muito diferenciados e que há áreas muito densamente povoadas há mais-valias. Num dos testes que não foi feito por nós, foi feito em outro contexto, percebeu-se que foi possível fazer chegar por 'drone' um desfibrilhador um minuto e meio mais rápido do que transportado por uma ambulância. Para quem está em paragem cardiorrespiratória, um minuto e meio é imenso tempo, define tudo", descreveu a médica.
Salvaguardando que a passagem deste projeto dos testes à prática só virá a ser possível depois de o processo estar muito maturado, regulado e planeado, e que tudo está a ser acompanhado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), Maria João Baptista revelou que a ULSSJ tem feito voos numa zona específica do hospital onde não há circulação de pessoas.
O objetivo é testar a capacidade de carga das aeronaves, as necessidades ao nível de temperatura, garantias de conservação, e a tecnologia necessária.
A primeira saída do perímetro do hospital não está, para já, agendada, mas deverá ser até ao polo da ULSSJ em Valongo.
"E se conseguirmos enviar vacinas do hospital para os centros de saúde recorrendo a um 'drone'? Ou recolher amostras de sangue que são colhidas em outros locais? Evitaríamos ter pessoas a fazerem isso que podem estar a desempenhar funções mais urgentes", exemplificou, sendo a mesma lógica real para as equipas e ambulâncias que partem de um hospital para uma autoestrada só para transportar um equipamento médico, quando estas poderiam estar a acudir a uma vítima noutra ocorrência urgente.
A par do Porto, é conhecimento da ULSSJ que decorrem testes semelhantes em cidades americanas, no Canadá e nos Estados Unidos, bem como em Londres (Inglaterra) ou Países Baixos, locais também densamente povoados e com obstáculos como prédios, entre outros.
"Consegue-se mais eficiência dentro do sistema, evita-se ter pessoas paradas no trânsito e somos até mais ecológicos, fazemos menos emissões. A componente ambiental na utilização de 'drones' em processos logísticos tem de ser valorizada", acrescentou Maria João Baptista.
No âmbito deste projeto-piloto foi já lançado um concurso público para a construção de um vertiporto, uma espécie de "heliporto de 'drones'", que no São João vai ficar numa zona elevada.
"Temos que ter absoluta segurança que o 'drone' não coloca as pessoas em risco", concluiu Maria João Baptista.
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