Os canais generalistas portugueses que emitem em sinal aberto parecem, muitas vezes, fotocópias uns dos outros. O telespectador tem dificuldade em escolher... entre tantas coisas iguais.
A televisão generalista portuguesa vive numa idade de bronze. Há uma notória crise de ideias que, a prazo, poderá colocá-las em risco com o crescimento da rede de cabo e com a futura Televisão Digital Terrestre. Essa falta de imaginação para se começar a reinventar pode levar, a curto prazo, ao cansaço dos espectadores, como já é visível nalguns dias em que a percentagem de telespectadores que preferem os canais de cabo já começam a ser calcanhares de Aquiles da RTP 1, da SIC e da TVI.
Compreende-se porquê. Olhe-se para as grelhas dos três canais e busque-se o que os pode distinguir. Muito pouco. A dieta televisiva é hoje de telenovelas, alguns (cada vez menos) programas de humor, o ainda incontornável noticiário das oito da noite, concursos e séries juvenis. Se juntarmos a isso os chamados programas familiares desde a manhã até quase ao final da tarde, sobra espaço para alternativas (filmes ou séries) a partir da meia-noite.
É um verdadeiro enjoo mesmo para quem come hambúrgueres ao almoço e ao jantar e alterna isso com pizzas. Os melhores ou piores resultados das audiências vivem desta oferta, onde inclusive telenovelas que deveriam ser para fidelizar um público mais jovem (‘Floribella’, ‘Doce Fugitiva’ ou agora, aparentemente, ‘Chiquititas’) surgiram num horário após o telejornal, como se não devesse haver algum rigor na oferta de produtos.
Quem tiver os três canais nacionais de sinal aberto tem assim, muitas vezes, uma escolha que se reconduz às caras dos actores das telenovelas e ao interesse que a história possa despertar nos espectadores. É o chamado afunilamento das alternativas. O grau zero da escolha. Resta pois saber se, alargando a possível oferta com a futura TDT, o que acontecerá a esta oferta conservadora dos canais de sinal aberto. Onde mesmo o principal canal do chamado ‘serviço público’ vai muitas vezes atrás do folclore geral (como se viu na aposta de uma telenovela luso-brasileira que acabou por não correr muito bem).
Mas é indiscutível o cansaço dos generalistas, e a busca de temáticas jovens para o horário familiar após o telejornal nocturno (veja-se o caso de ‘Chiquititas’) mostra como há um défice de ideias que é urgente combater. A televisão portuguesa está a assemelhar-se a uma máquina de fotocópias. Onde, como se sabe, a reprodução é sempre pior do que o original.
CULTO: ‘SERVIÇO DE URGÊNCIA’
Há séries que, mais do que a ruptura que imprimem à televisão são verdadeiros momentos de bom entretenimento. É isso que se passa com ‘E.R.’, vulgo ‘Serviço de Urgência’, criada por Michael Crichton, escritor que sabe os ingredientes do sucesso a nível de romances e que, na televisão, utiliza os seus conhecimentos profissionais (foi médico) para criar personagens e ambientes credíveis. A série traz-nos a vida quotidiana de médicos e pessoal auxiliar num hospital de Chicago, cruzando acontecimentos profissionais com os particulares, num ritmo muitas vezes frenético. ‘Serviço de Urgência’ surgiu em 1994 (com o apoio fulcral de Steven Spielberg) e, ao longo das temporadas, foi alterando as personagens. O sucesso fez com que a NBC prolongasse a série e hoje os personagens que foram surgindo criaram novos motivos de conflito que vão prendendo o espectador. Que hoje ainda encontra aqui motivos de diversão.
VER NA TV: MÚSICAS DE ÁFRICA (RTP 2 / DOM / 07.30)
Bem cedo, aos domingos, é possível ver dois programas dedicados ao continente africano, desconhecido de muitos: ‘Músicas de África’ e ‘Áfric@global’, cheios de música e informação. São espaços agradáveis, a não perder.
DESLIGAR: 'CHIQUITITAS' (SIC / dias úteis / 21.15)
É mais um caso de telenovelas que aparece tendo como público-alvo os mais jovens e é transmitida no horário nobre. O arranque pareceu frouxo. Será que tem condições para ganhar energia? Nem que seja com a música dos Abba.
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