A jornalista portuguesa Carina Barroca, de 26 anos, falecida num acidente de viação na Etiópia há dez dias, foi ontem a enterrar em Foz do Giraldo, Oleiros, perante a revolta dos familiares, que contestam as condições em que o cadáver foi trasladado.
O acidente aconteceu no dia 4, perto de Hossana, no Sul da Etiópia, e causou também a morte a uma jornalista espanhola e ferimentos graves num seu colega francês. A família e as autoridades negam que a tragédia tenha resultado de um atentado. O acidente não envolveu mais nenhum veículo.
A família da jornalista diz não ter recebido o devido apoio do Governo para a trasladação do corpo, que chegou segunda-feira, ao contrário do que garante a Secretaria de Estado das Comunidades.
Os familiares de Carina Barroca "fizeram uma transferência bancária de 6500 euros para a Etiópia [porque a embaixada não os adiantou] para que embalsamassem o corpo e procedessem à sua trasladação. Mas não foi embalsamado e, na segunda-feira, ainda tiveram de pagar mais 525 euros, porque tinha ficado retido em Roma, por alegada falta de pagamento", diz o tio, José Lourenço. A família vai recorrer a um advogado para apurar responsabilidades.
Carina Barroca teve morte imediata, enquanto a colega espanhola, Stephanie Acri, faleceu a caminho do Hospital de Butajira. O francês Stanislas de Cabrol sofreu lesões graves na coluna e já foi transferido para o Hospital Pompidou, em Paris.
AVALIAVAM O ESTADO DO PAÍS
Os três jornalistas trabalhavam para o site de informação económica World Investment News e estavam na Etiópia desde finais de Março a preparar uma reportagem sobre a realidade económica do país para publicar na revista ‘US News & World Report’. Carina Barroca tinha um irmão, de 21 anos, era licenciada em Relações Internacionais, fez um estágio em Bruxelas e tinha sido contratada pela empresa por quatro meses. Os três tinham estado reunidos no dia 1 de Maio com o primeiro-ministro Meles Zenawi, a quem questionaram sobre a guerra na Somália e os seus efeitos, a inflação no país, as condições de investimento e os seus planos para a próxima eleição nacional. Também já tinham entrevistado os ministros das Minas e Energia, Recursos Hídricos, Turismo e Cultura e do Comércio e Indústria.
SAIBA MAIS
PROJECTADOS
O acidente aconteceu a 200 km da capital, Addis Abeba. Os jornalistas foram cuspidos do Suzuki Vitara em que seguiam. Testemunhas afirmam que mais nenhum veículo esteve envolvido. O carro teria um problema num pneu.
60 jornalistas foram mortos no exercício da profissão, em 2008, segundo um balanço anual divulgado pela Repórteres Sem Fronteiras.
86 jornalistas e 20 colaboradores de órgãos de Comunicação Social faleceram em 2007.
APoio Local
O jornal ‘Capital’, um semanário económico de língua inglesa da Etiópia, apoiava a equipa que a jovem jornalista portuguesa integrava no trabalho que estava a desenvolver.
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