Atriz brasileira que dá vida a Cony, a nova vilã de ‘Cacau’, da TVI, contou à ‘Vidas’ o que a trouxe ao País, falou de fé, de maternidade e dos desafios da profissão.
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Pollyanna Rocha nasceu a 17 de agosto de 1982 no Brasil. Protagonizou a série ‘Uma Rua Sem Vergonha’, e participou em projetos como ‘Cidade dos Homens’, ‘Macho Man’ e ‘Força Tarefa’, na Rede Globo, ou ‘Preamar’, na HBO. No universo digital, Pollyanna gravou episódios para o canal do Youtube do grupo ‘Porta dos Fundos’. Há oito anos mudou-se para Portugal, em nome do amor, e por cá teve a sua primeira filha. Agora é uma das novidades da telenovela ‘Cacau’, da TVI, onde interpreta o papel de Cony.
"Atriz, mãe, millennial, a morar em Portugal". É assim que se apresenta nas redes sociais. Vamos por partes, o que a fez mudar-se para Lisboa?
A mais nobre das causas: vim para viver um amor! Apaixonei-me por um português e, nesse processo, acabei a apaixonar-me também por Portugal. Planeei uma estadia de um mês, e aqui estou, há oito anos! Viajar por Portugal durante esse primeiro mês foi uma experiência mágica. Começamos em Lisboa e seguimos para Tavira, Lagos, Sagres, Arrifana, Fátima, Penamacor, Monsanto, Serra da Estrela, Sortelha… Cada lugar que visitávamos, mais eu me encantava. É claro que me apaixonei por Portugal também, né? Foi um golpe baixo, mas dos melhores!
É fácil para um ator brasileiro singrar num país estrangeiro?
Tenho uma história curiosa sobre isso. O português por quem me apaixonei, hoje meu marido, tinha um amigo muito próximo do saudoso ator António Cordeiro. Ele organizou um café para conversarmos sobre como era ser ator em Portugal. O António disse-me que ser ator português em Portugal já era difícil; sendo estrangeiro, era ainda mais complicado. Ele foi a primeira pessoa a ajudar-me e a fazer conexões no meio. Eu estava muito animada com as novas perspetivas, mas, recém-chegada a Portugal, levei um verdadeiro balde de água fria! Foi um choque necessário. Não há sempre papéis para atores brasileiros, o mercado é pequeno e as oportunidades são pontuais. Singrar num país estrangeiro nunca é fácil. Exige dedicação, resiliência e a disposição para recomeçar do zero, sem comparar a nossa trajetória com a de ninguém. A nossa jornada é única!
Neste sentido, ‘Cacau’ (TVI) foi uma excelente oportunidade?
‘Cacau’ é, sem dúvida, uma excelente oportunidade para mostrar o meu trabalho em Portugal. É um projeto ambicioso, com alto investimento, que reuniu uma equipa de profissionais talentosos tanto do Brasil como de Portugal. O resultado é um sucesso, com grande aceitação do público e da crítica! Sinto-me extremamente honrada por fazer parte de um projeto tão grandioso.
Fale-nos um pouco da sua personagem. Traz um ‘twist’ à história?
A minha personagem em ‘Cacau’ é a Cony. Interpretá-la foi um grande desafio! Ela é uma mulher poderosa, complexa, cheia de nuances e muitos mistérios ainda por revelar. Cony traz uma nova perspetiva à trama, provocando reviravoltas inesperadas e emocionantes que mantêm o público na ponta da cadeira. Aliás, todas as personagens criadas por Maria João Costa, de quem sou fã desde ‘Ouro Verde’, são ricas e profundamente emocionais. Na minha opinião, ela é uma das maiores autoras da televisão portuguesa da atualidade. Cony, em particular, não é uma personagem óbvia. Cada cena com ela é uma descoberta.
O que mais a seduz em Lisboa? E o que menos gosta?
O que mais me seduz na cidade é o seu charme histórico combinado com uma ‘vibe’ moderna e cosmopolita. As ruas de Alfama, a vista do Tejo, a gastronomia deliciosa, a luz... tudo isso é irresistível. O que menos gosto talvez seja o trânsito em algumas áreas, mas cada lugar tem os seus desafios, não é?
Tem uma filha. De que forma a maternidade a transformou?
Tenho a Lua, com quase três aninhos! A maternidade transformou a minha vida de maneiras indescritíveis. Ela tocou todos os âmbitos da minha vida. E, embora não tenha vindo no momento que eu imaginava, chegou na hora certa! Descobri que estava grávida quando o meu marido foi diagnosticado com um cancro raro. A Lua veio literalmente iluminar as nossas vidas e trazer esperança. Trouxe um propósito maior e uma força interna que eu desconhecia. Cada dia é uma aprendizagem e um exercício constante de amor incondicional. A minha filha é minha maior inspiração e motiva-me a ser a melhor versão de mim mesma, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Ela é a luz que me guia e a razão pela qual enfrento qualquer desafio com um sorriso e coragem!
E é um desafio fácil?
Definitivamente, a maternidade não é um desafio fácil, mas é o mais gratificante que já enfrentei. Não quero romantizar; ser mãe requer paciência, dedicação e muito amor. Cada fase traz suas dificuldades, mas também as suas recompensas. Estudo e autoavalio constantemente para ser a melhor versão de mim mesma para a minha filha. Educar um "ser humaninho" é um dos maiores desafios da vida de quem escolhe ter filhos. Eles não aprendem apenas com o que dizemos, mas principalmente com o que fazemos.
E o que é isto de ser ‘millennial’? De que forma se identifica com este conceito?
A geração millennial abrange os nascidos entre 1980 e 1995. Crescemos com a tecnologia, mas ainda nos lembramos como era viver sem ela. Ser millennial é viver em constante transformação, adaptar-se rapidamente a novas tecnologias e valorizar a autenticidade. Identifico-me muito com esse conceito. Cresci a ver o mundo mudar rapidamente e sempre procurei estar conectada, informada e ser parte ativa dessa mudança. No entanto, aprendemos que estarmos conectados o tempo todo pode afetar a nossa saúde mental. Vivo em busca desse equilíbrio, procurando utilizar as redes sociais de forma saudável e aproveitando o melhor que me podem oferecer.
Vai frequentemente a Fátima... É uma mulher de fé? De que forma a ajuda a superar as dificuldades?
Sim, sou uma mulher de fé. Acredito que a espiritualidade nos dá a força necessária para enfrentar os desafios da vida. Tive perdas muito significativas e o que me segurou foi a minha fé em algo maior. A vida é um mistério e, muitas vezes, a fé ajuda-nos a encontrar sentido face às adversidades. Visitar Fátima foi uma experiência profunda e reconfortante. A fé ajuda-me a manter a esperança e a encontrar forças nos momentos mais difíceis, proporcionando-me uma sensação de paz e propósito. Saber que existe algo maior dá-me coragem para seguir em frente e enfrentar qualquer obstáculo.
Porque quis tornar-se atriz?
Quando tinha três anos já dizia que queria ser "artista" e nunca mudei de ideias. Não sei de onde veio esse desejo e essa vocação, visto que não há nenhum artista na família... Quer dizer, a minha mãe disse-me que havia um primo muito distante que era anão e palhaço de circo... se calhar veio daí! Eu fazia teatrinhos em casa com roupas feitas pela minha mãe com papel crepe, e adorava aquilo. Colecionava fotos de jornais dos artistas da TV, sempre me encantei por esse universo. Aos 13 escrevi, dirigi e representei numa peça de teatro na escola, o que mudou minha vida para sempre! Aos 15 fiz um curso de TV e de lá fui direto para uma escola de teatro. Aos 18 mudei-me para o Rio para estudar na escola que sempre sonhei, a renomada Cal, onde fiz grandes amigos e parceiros de trabalho como Paulo Gustavo, Fábio Porchat e Marcus Majela! Pude experimentar todas as linguagens. Fiz muito teatro (uma grande paixão), fiz participações em grandes projetos da TV Globo, tive o privilégio de protagonizar duas séries, vídeos para a Porta dos Fundos, de fazer cinema, publicidade, até performances na rua eu já fiz! Cada trabalho trouxe novas experiências, desafios e aprendizagens que moldaram a profissional que sou hoje. Quem é artista será sempre artista, mas poder trabalhar naquilo que se ama é um privilégio. Estarei sempre ligada às artes de alguma forma!
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