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Ivete Sangalo: “Felizmente Deus não me tirou a ingenuidade”

Mãe há pouco mais de um ano, a cantora brasileira Ivete Sangalo lança entre nós um CD/DVD gravado no Madison Square Garden.

18 de dezembro de 2010 às 10:32

Mãe há pouco mais de um ano, a cantora brasileira Ivete Sangalo lança entre nós um CD/DVD gravado no Madison Square Garden.

- Gravar no Madison Square Garden teve um sabor especial para si?

- Tenho de dizer que sim. Aquela é uma sala mítica, com uma carga muito grande. Além do mais, foi um orgulho enorme para mim saber que houve gente que veio de propósito do Brasil para Nova Iorque, só para assistir ao concerto.

- Este espectáculo envolveu 800 pessoas, directa e indirectamente. Foi a sua maior produção de sempre?

- É difícil dizer qual foi a maior, mas esta envolveu de facto muitos meios. Não posso, no entanto, esquecer o espectáculo que dei no Maracanã, que deu também origem a um DVD e que foi uma coisa monstruosa. O que este espectáculo no Madison Square Garden teve de especial é que foi o concretizar de um sonho antigo. Mas também há espectáculos que fiz em Portugal que se tivessem gravado em DVD, tinha conquistado o Mundo [risos].

- É verdade que decidiu fazer este espectáculo depois de ver um concerto da Beyoncé naquela sala?

- Mais do que o concerto da Beyoncé, lembro-me de ter visto lá um espectáculo do Sting, curiosamente numa altura em que ainda não imaginava que alguma vez pudesse vir a ter o impacto que tenho hoje.

- Depois deste espectáculo no Madison Square Garden alguma imprensa norte-americana chamou-a de ‘Madonna brasileira'. Sente-se assim?

- Não [risos]. Eu sou uma grande admiradora de Madonna, mas em palco nós somos muito diferentes. Quem nos conhece e já viu os nossos espectáculos sabe que uma coisa não tem nada a ver com outra. A Madonna dança muito mais. Eu gosto é de me emocionar a cantar.

- Também a chamaram de diva. Neste momento sente-se uma diva da música brasileira?

- Eu tenho dificuldade em responder a isso, mas quem me quiser chamar diva esteja à vontade [risos].

- É verdade que chegou a convidar a Shakira, a Beyoncé e o Justin Timberlake para este concerto?

- A Shakira sim, a Beyoncé e o Justin Timberlake não.

- E porque é que não se concretizou a participação de Shakira no espectáculo?

- Por impedimento de datas. Quando falei com a Shakira, ela já estava na estrada com a sua nova digressão e por isso foi de todo impossível.

- Já passaram dez anos desde a sua estreia a solo. Tem sido uma surpresa para si aquilo que conquistou em apenas uma década?

- Muito. Durante este tempo consegui ir muito além daquilo que podia imaginar. A música sempre foi uma coisa que fez parte de mim, por isso ainda é difícil compreender que algo tão natural me possa ter dado tantas alegrias. Receber o convite para passar dez dias nas ilhas Maurícias a apanhar sol, a beber cocktails tropicais e ainda por cima ser reconhecida por todos é algo extraordinário.

- Já teve tempo para parar, digerir e desfrutar deste sucesso todo?

- Eu tento [risos]. Agora que passo mais tempo em casa, porque sou mãe, dá-me mais para pensar nestas coisas, mas a única conclusão a que chego é que gosto muito da vida que tenho.

- Mudou muito como pessoa nestes dez anos?

- Não sei se mudei pessoalmente. Acho que talvez seja um pouco mais objectiva profissionalmente. Em termos musicais eu também sei muito mais do que aquilo que quero [risos]. Mas acho que a minha personalidade é a mesma. Continuo a deliciar-me com as coisas boas da vida.

- O que é que ainda existe daquela Ivete que começou a cantar com a Banda Eva em 1993?

- Acho que a emoção é a mesma. Deus não me tirou isso e eu agradeço-lhe todos os dias. Não perdi nenhuma da minha ingenuidade e continuo a ter as mesmas expectativas que tinha. Cada vez que entro em palco, seja pequeno ou grande, encaro o público sempre da mesma maneira.

- E o que recorda daquela menina de 17 anos que começou a tocar em bares?

- Foram épocas muito difíceis para mim. Eu trabalhava em bares, porque tinha de levar alguma coisa para casa para sustentar a família. Adorava fazer aquilo, mas foi muito duro.

- O seu filho já está com mais de um ano. Como é que foi este primeiro ano de mãe?

- Foi maravilhoso. Ter sido mãe foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Não existe espectáculo e não existe carreira que supere o prazer de ser mãe. Estou maravilhada com a maternidade.

- Que reacção é que o seu filho tem à sua música?

- Felizmente é boa [risos]. Mas ele gosta de todo o tipo de música. Como andou na minha barriga até à última, e fez muitos espectáculos comigo, ele é muito musical. Quando ouve uma musiquinha começa logo a bater o pé.

- Como é que tem sido conciliar a carreira com as tarefas de mãe?

- Tenho tentado. O meu filho é prioridade para mim e, felizmente, tenho conseguido passar bastante tempo com ele. Neste momento, estou a dar esta entrevista ao telefone e a embalá-lo no colo ao mesmo tempo [risos].

- Já pensa em ter mais filhos?

- Claro que sim. Quero ter mais dois.

- Quando é que pensa regressar a Portugal?

- Nós vamos para a estrada no próximo ano e penso que vamos passar por Portugal.

- Mas já tem data definida?

- Julgo que ainda não está nada marcado em concreto, mas penso que é possível que venha a actuar em Portugal já no próximo Verão.

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