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Ronaldo sofre pela família

Problemas de saúde dos familiares preocupam Cristiano Ronaldo. Apesar dos seus 25 anos, o craque do Real Madrid é o grande apoio de toda a família

05 de março de 2010 às 19:00

Quando, no Verão de 2007, Cristiano Ronaldo recebeu a notícia de que a mãe estava doente, o craque não se poupou a esforços para que Dolores Aveiro recuperasse o mais depressa possível do problema de saúde que a afectava. Por essa altura, o jogador ligava todos os dias, sem excepção, para a Madeira e, ao telefone, repetia os mimos que acabaram por dar o máximo alento possível à mãe, que foi operada a um tumor no peito.

'O Cristiano telefonava-me todos os dias, dizia que não era nada e para não me preocupar, que eu ia viver até aos 90 anos', conta Dolores Aveiro já depois de ter superado o cancro na mama.

Cristiano Ronaldo nunca teve uma vida fácil no que à saúde familiar se refere e, aos 25 anos, já teve de ajudar a superar diversos problemas complicados.

Recentemente, o avançado do Real Madrid viu mais um drama de saúde chegar ao clã Aveiro e, como é habitual, não olhou a meios para ajudar, neste caso, a prima Márcia Santos, de 34 anos, que se debateu com um tumor na garganta.

'A Márcia teve esse problema grave, o cancro, mas já foi operada e, felizmente, está a recuperar muito bem. Ela já saiu do hospital e está em casa. Tem tido o apoio de toda a família. O Cristiano ficou muito preocupado com ela e deu-lhe também muita força, mesmo estando em Madrid', contou a mãe do futebolista.

À semelhança do que aconteceu em casos anteriores, o jogador financiou os tratamentos à prima e não descansou enquanto o estado de saúde de Márcia não estabilizou. 'Apesar de o Cristiano ser o mais novo dos irmãos, sempre foi o suporte da família e, assim que começou a ganhar mais dinheiro, fez questão de o repartir por todos. Além disso, nos momentos complicados, sempre foi o mais sereno e tentou transmitir essa calma a toda a família', conta fonte próxima do jogador, acrescentando que este sofreu imenso quando a mãe se deparou com o problema de saúde.

'A mãe é tudo para o Cristiano e, na altura, ele sofreu imenso com a doença da D. Dolores. Mas tentou não passar essa preocupação para a família e até mostrou uma imagem de grande força interior', acrescenta a mesma fonte.

A DOENÇA DO PAI

O ano de 2005 foi marcante para Cristiano Ronaldo. Com a vida profissional a correr de feição, o avançado teve de suportar aquela que foi a maior perda da sua vida: a morte do pai, Dinis Aveiro.

O craque estava na Rússia com a selecção nacional quando recebeu a triste notícia da boca do então treinador, Luiz Felipe Scolari, e, apesar do desgosto, manteve o profissionalismo e jogou no dia seguinte. Mais tarde, e já no Campeonato do Mundo, conseguiu marcar o tão desejado golo, que dedicou àquele que foi um dos grandes responsáveis pela sua carreira de futebolista. Na memória de todos ficará o gesto de Ronaldo a apontar para o céu.

'Nós sempre acreditámos no sucesso do Ronaldo mas o meu pai acreditava ainda mais. Para ele, o meu irmão desde o início que era o melhor do Mundo e se ele estivesse cá iria viver a triplicar aquilo que nós estamos a sentir', garantiu uma das irmãs do jogador, Kátia Aveiro.

Apesar do desgosto, e mais uma vez, Cristiano Ronaldo foi quem tratou de consolar todos os elementos da família a seguir à morte de Dinis. Preocupado com o sofrimento dos irmãos, o craque resolveu, inclusive, fazer uma surpresa a Elma para a ajudar a superar o momento de grande dor.

'Quando o meu pai faleceu, a minha irmã [Elma] ficou muito em baixo e nós achávamos que ela precisava de alguma coisa para se animar. Foi então que o Ronaldo disse: ‘Acho que é a altura certa para a Elma abrir uma loja, porque foi aquilo que ela sempre quis’. E assim foi. O meu pai tinha falecido há sensivelmente três meses quando o Ronaldo falou com a Elma e disse: ‘Vai à procura de um espaço que eu quero oferecer-te uma loja’. E isso ajudou-a a dar uma volta por cima', recorda Kátia.

MIMOS PARA A FAMÍLIA

Além do apoio moral, Cristiano sempre fez questão de mimar a família com alguns luxos: ofereceu a loja à irmã após a morte do pai, um carro à mãe depois de esta ter vencido o cancro da mama e um bar ao irmão, Hugo, quando este conseguiu livrar-se do problema das drogas.

Sempre atento ao estilo de vida do irmão mais velho, Cristiano fez tudo para que este conseguisse ultrapassar as dependências e chegou a pagar-lhe dois tratamentos de desintoxicação, um em Trás-os-Montes e o outro em Inglaterra.

Quem sempre se recusou a grandes ajudas foi o pai de Cristiano, que, já com o filho a ganhar bastante dinheiro, nunca quis alterar o estilo de vida modesto. Na Madeira, Dinis continuava a trabalhar como roupeiro no clube Andorinha e a levantar-se de madrugada para ajudar o ardina de Santo António a entregar os jornais.

Mesmo quando o seu estado de saúde se agravou – e as crises renais eram cada vez mais frequentes –, Dinis Aveiro não quis dar preocupações ao filho e só na fase terminal da doença aceitou ser tratado numa clínica, em Londres.

A morte do pai acabou por ser um grande choque para Cristiano Ronaldo, que, além de vários prémios desportivos, acabou por lhe dedicar também o seu livro. 'A morte do meu pai é uma ferida que ainda não consegui cicatrizar na totalidade', pode ler-se na dedicatória.

'Amava e continuo a amar muito o meu pai. Infelizmente, já não posso contar com a sua presença física mas sinto-o sempre perto de mim. Na Rússia, não consegui marcar o golo mas fi-lo no Campeonato do Mundo da Alemanha.'

DONATIVOS

No entanto, a veia solidária de Cristiano Ronaldo não se restringe apenas ao núcleo familiar. Depois de vencer o cancro da mama, Dolores Aveiro sentiu que precisava de fazer alguma coisa para ajudar aqueles que sofrem tal como ela. Assim, em 2008, inscreveu-se como voluntária no núcleo da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Um gesto que acabou por ser complementado pelo donativo de Cristiano Ronaldo. O jogador deu cerca de 16 mil euros para a instituição – valor que seria gasto num centro da especialidade no Hospital do Funchal –, numa altura em que o Manchester United lhe pagava mensalmente um salário na ordem dos 800 mil euros. Apesar do ‘pequeno’ gesto, os madeirenses congratularam-se com a atitude do filho da terra, que muitos acreditam ajudar outras causas de forma anónima.

CR9 CONHECE SOBRINHO

Antes de integrar o estágio da Selecção, em Coimbra, Cristiano Ronaldo aproveitou para conhecer o sobrinho Dinis. Desde o nascimento do segundo filho da irmã, Kátia Aveiro, o craque do Real Madrid ainda não tinha conseguido deslocar-se a Lisboa para visitar o mais novo rebento da família e aproveitou uma passagem-relâmpago para fazê-lo.

O segundo filho de Kátia é afilhado de Ronaldo e o seu nome é uma homenagem ao avô materno, Dinis Aveiro. O bebé vem agora consolidar a relação da ex-cantora com José Pereira, pois estiveram separados alguns anos.

LONGE DA FAMA DO FILHO

Dinis Aveiro foi, sem dúvida, o grande responsável pela carreira do filho no futebol. Desde sempre que incentivou Cristiano Ronaldo para o desporto e, assim que percebeu o quanto o jovem gostava da bola, levou-o para o Andorinha, clube da Madeira no qual trabalhava como roupeiro. Quando Ronaldo começou a conquistar a fama, Dinis Aveiro optou por manter-se distante da ribalta. Enquanto o filho se tornava num dos melhores jogadores do Mundo, o roupeiro prosseguia a sua vida normal e poucas foram as vezes que surgiu em público.

A sua morte, em 2005, foi um duro golpe para toda a família, em especial para Cristiano Ronaldo, que idolatrava o pai.

SOBRINHA DE DOLORES

Márcia dos Santos, de 34 anos, é filha de um dos irmãos de Dolores Aveiro. A prima de Cristiano Ronaldo é casada com Forninha, com quem tem uma filha chamada Francesca. Além de Márcia, o craque tem mais primos: Juliana e Nuno. Este é conhecido pela sua parecença com Ronaldo e até se fez passar por ele nas férias algarvias no ano passado.

SOLIDÁRIO COM EX-COLEGA

João Santos conheceu Cristiano Ronaldo, em 2002, quando ambos jogavam no Sporting. Ao serviço do Amora, o jovem, de 19 anos, sofreu uma lesão. Rapidamente, o craque do Real Madrid disponibilizou-se para pagar a recuperação, tendo gasto cerca de quatro mil euros.

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