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Associação alerta para urgência de implementar rastreio do cancro do pulmão em Portugal

Em Portugal morre anualmente cerca de 5.100 pessoas devido ao cancro do pulmão.

21 de outubro de 2025 às 16:59

A associação Pulmonale anunciou esta terça-feira uma campanha que alerta para a urgência de implementar o rastreio do cancro do pulmão, visando reduzir a elevada mortalidade desta doença, responsável por cerca de 5.100 mortes anuais em Portugal.

A campanha "Se fuma até hoje, o rastreio devia ser para ontem!" decorrerá em novembro, Mês de sensibilização para o cancro do pulmão, e destina-se sobretudo a fumadores e ex-fumadores, com idades entre os 50 e os 75 anos, e a todas entidades públicas com responsabilidades na área da saúde.

"A campanha nasce da necessidade imperativa em implementar o rastreio do pulmão, seguindo o bom exemplo de outras áreas oncológicas", afirma em comunicado a presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), Isabel Magalhães.

A presidente defende a necessidade de lutar para que o rastreio ao cancro do pulmão seja disponibilizado no país, incidindo na população elegível, fumadores e ex-fumadores".

"O diagnóstico precoce é o método mais promissor para reduzir a mortalidade devido ao cancro do pulmão no nosso país, que é, das diversas patologias oncológicas, a mais mortal, entre os portugueses", realça.

Isabel Magalhães congratula-se com o anúncio do Ministério da Saúde sobre os dois projetos-piloto previstos para arrancar no concelho de Cascais, numa iniciativa conjunta com a autarquia, e na ULS de Santo António, no Porto, mas assinala que não se conhece qualquer desenvolvimento da medida desde o seu anúncio público em junho.

"A promoção e prevenção da saúde, com todos os ganhos associados, têm de deixar de ser um tema de conversa, ou uma notícia de jornal, e passar a ser uma estratégia evidente do Serviço Nacional de Saúde", defende, frisando que "a campanha quer precisamente afirmar a urgência na implementação do rastreio do cancro do pulmão no SNS".

Em 2022, a Comissão Europeia recomendou aos seus Estados-Membros que iniciassem projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão associados a programas de cessação tabágica, tendo aprovado posteriormente a inclusão do rastreio nos planos de prevenção da doença oncológica, já implementado pela Croácia, Polónia e República Checa.

Também decorrem atualmente projetos-piloto em vários países entre os quais, Países Baixos, França, Irlanda e Hungria.

O teste considerado como mais eficaz para detetar o cancro do pulmão numa fase precoce é feito através de uma tomografia computadorizada torácica de baixa dose, com necessidade de articulação com o SNS para acesso ao tratamento de todos os achados no exame.

Quando diagnosticado em fase inicial, o cancro do pulmão apresenta taxas de sobrevivência substancialmente superiores às verificadas em estádios avançados, salienta a Pulmonale, sublinhando que o rastreio pode reduzir a mortalidade em pelo menos 20%.

"Sendo o tabagismo o principal fator de risco no cancro do pulmão, cuja causa é em mais de 80% atribuída ao tabaco, a Pulmonale acredita que é fundamental implementar o rastreio junto da população, bem como incentivar a adoção de estilos de vida saudável que podem levar ao abandono de hábitos tabágicos", defende.

A campanha será divulgada através dos circuitos de comunicação de várias entidades, como autarquias (Coimbra, Oeiras, Vila Pouca de Aguiar, Póvoa do Varzim, Serpa, Penacova, Barcelos, Mesão Frio, Pampilhosa da Serra e Penacova), a Junta de Freguesia de Loures, o Estoril Praia, a Fertágus, o Metro de Lisboa e a NOS

Segundo o Global Cancer Observatory, o cancro do pulmão é o mais mortal no mundo, com mais de 1,8 milhões de mortes anuais.

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