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CUF cria unidade de apoio aos sobreviventes de cancro

Depressão, fadiga e ansiedade são algumas das sequelas associadas aos tratamentos do cancro.

16 de abril de 2025 às 16:08

Os médicos de oncologia dos hospitais CUF alertam para os desafios que os sobreviventes de cancro enfrentam depois da doença. Para dar resposta às necessidades, o hospital privado criou a Unidade do Sobrevivente de Cancro.

Em comunicado, os especialistas explicam que o número de sobreviventes de cancro tem vindo a aumentar devido à “evolução dos tratamentos”, bem como ao “crescente número de diagnósticos oncológicos” e à “deteção precoce”. Em Portugal, a Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que mais de meio milhão de pessoas ultrapassaram a doença. 

Os especialistas sensibilizam que, embora os tratamentos permitam aos doentes viver mais tempo, também existem efeitos secundários “com implicações no seu bem-estar a médio e longo prazo, limitando a sua qualidade de vida”. 

“Sintomas depressivos, dor, fadiga, perda de memória, problemas de concentração, dificuldades nas relações sociais e familiares estão entre as queixas mais reportadas pelos sobreviventes de cancro”, enumera a oncologista do Hospital CUF Tejo, Mariana Malheiro. 

Malheiro explica que até 75% dos sobreviventes reportam alterações cognitivas, nomeadamente dificuldades de memória e concentração e mais de 50% refere problemas de sono. 

O medo de que o cancro possa voltar pode provocar ansiedade, pelo que cerca de 24% dos sobreviventes apresenta sintomas de ansiedade e 50% revela preocupação em relação a uma recorrência da doença, segundo alerta a oncologista. 

No espaço de meses ou até anos após o fim dos tratamentos, os pacientes podem desenvolver ainda problemas cardíacos, desregulação hormonal e redução da mobilidade. 

“Todas estas implicações motivam a “necessidade de avaliação e acompanhamento clínico dos sobreviventes, para que possam obter orientações que promovam a sua saúde e qualidade de vida”, explicou Li Bei, oncologista do Hospital CUF Descobertas. 

De modo a “apoiar os sobreviventes no tratamento de sequelas e na adaptação à vida após o cancro”, como se lê no comunicado, foi criada a Unidade do Sobrevivente de Cancro. O projeto integra profissionais de saúde de várias áreas para aplicar uma abordagem multidisciplinar, tendo em conta as necessidades de cada utente. 

A nova unidade hospitalar está disponível nos hospitais CUF Descobertas e CUF Tejo e prevê-se que seja integrada nas instalações do Porto ainda este ano.

“É fundamental que os médicos que nos acompanham após um cancro [...] saibam reconhecer e compreender as sequelas do cancro [...] e consigam aconselhar sobre os cuidados mais adequados”, sublinhou Madalena d’Orey, sobrevivente de cancro.

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