Polícia adiantou que o presumível autor dos disparos é um antigo membro das Testemunhas de Jeová.
O suposto autor do tiroteio num centro de Testemunhas de Jeová em Hamburgo, norte da Alemanha, que matou sete pessoas, suicidou-se após a chegada da polícia, anunciaram esta sexta-feira as autoridades locais, que descartaram a possibilidade de terrorismo.
"O autor dos disparos fugiu para o primeiro andar [do edifício onde os membros da comunidade estavam reunidos numa sessão de oração] e suicidou-se", disse o ministro do Interior da cidade de Hamburgo, Andy Grote.
A polícia adiantou, por outro lado, que o presumível autor dos disparos é um antigo membro das Testemunhas de Jeová, organização com a qual tinha aparentemente entrado em conflito.
"Mas não há indícios de um contexto terrorista", disse um representante do Ministério Público alemão, numa conferência de imprensa.
A polícia indicou que foi alertada para o tiroteio pelas 21h15 de quinta-feira (20h15 em Lisboa) e que, depois de chegarem ao local, ouviram um tiro num andar superior do edifício.
Um porta-voz da polícia avançou aos jornalistas que havia "indícios que o autor do ataque" pudesse estar no edifício, "possivelmente até entre os mortos".
As forças de intervenção "entraram no edifício muito rapidamente e encontraram ali pessoas mortas e gravemente feridas", explicou o porta-voz, que não adiantou possíveis motivos para o tiroteio.
De acordo com o diário Bild, o tiroteio gerou "um banho de sangue" e resultou em pelo menos sete mortos e oito feridos graves.
Uma mulher grávida de sete meses foi atingida e o feto acabou por morrer, avança o jornal Daily Mail. A informação contraria as afirmações do ministro do Interior que revelou que a mulher não tinha resistido ao ataque.
A agência de notícias alemã DPA indicou que as equipas de socorro retiraram 18 pessoas, que escaparam ilesas, de um edifício utilizado por Testemunhas de Jeová.
As autoridades da cidade de Hamburgo adiantaram que o tiroteio ocorreu no distrito de Gross Borstel, a norte de Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, um edifício moderno com três andares.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, já lamentou o "ato de violência brutal", sublinhando que os seus pensamentos estavam com as vítimas e respetivas famílias.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também reagiu na rede social Twitter, afirmando-se "chocada com o terrível ato de violência".-
Também a própria comunidade das Testemunhas de Jeová disse estar "profundamente entristecida" com o ataque.
"A comunidade religiosa está profundamente entristecida com a terrível morte dos seus membros [...] em Hamburgo", afirmou, num comunicado publicado no próprio 'site'.
O autarca de Hamburgo, Peter Tschentscher, manifestou solidariedade com as vítimas após a notícia, que considerou chocante, numa mensagem no Twitter.
As Testemunhas de Jeová fazem parte de uma igreja internacional, fundada nos Estados Unidos no século XIX e sediada em Warwick, Nova Iorque, reivindicando uma adesão mundial de cerca de 8,7 milhões de pessoas, com cerca de 170.000 na Alemanha.
As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos perante uma dupla ameaça terrorista, de extremismo islâmico e de direita.
A Alemanha foi vítima de ataques de movimentos extremistas islâmicos, em particular um com um camião, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que causou 12 mortos em dezembro de 2016, em Berlim, o mais mortal do género cometido em solo alemão.
Os alemães continuam a ser um alvo para grupos extremistas islâmicos, em particular por causa do envolvimento do país na coligação contra o EI no Iraque, Síria e no Afeganistão.
Desde 2013 e até o final de 2021, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando a 615, indicou o Ministério do Interior alemão.
Depois de um alerta do Departamento Federal de Investigação norte-americano (FBI), as autoridades alemãs anunciaram a 8 de janeiro a detenção de dois iranianos suspeitos de prepararem um ataque químico, com recurso a ricina e cianeto.
Uma outra ameaça é a extrema-direita, depois de vários ataques mortais nos últimos anos contra comunidades ou locais religiosos no país.
No ataque racista em Hanau, perto de Frankfurt (oeste), em fevereiro de 2020, um alemão envolvido num movimento de conspiração matou nove jovens, todos de origem estrangeira.
Entre 2000 e 2007, um grupo neonazi chamado NSU já tinha assassinado nove migrantes e uma polícia. Dois dos membros cometeram suicídio antes de serem detidos e o terceiro foi condenado a prisão perpétua.
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