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'Uma Vida Escondida': Romance devastado pela guerra e a tortura

Melodrama sensível sobre um austríaco que é convocado para lutar ao lado dos nazis, mas que vai sofrer na pele a decisão de rejeitar lealdade a Hitler.

18 de janeiro de 2020 às 16:00

O cinema ganhou contornos poéticos nas mãos do realizador Terrence Malick. Com uma carreira ímpar e mais regular nos últimos anos, o cineasta parece ter cedido à abstração filosófica, criando projetos redundantes e pretensiosos como ‘Cavaleiro de Copas’ (2015) ou ‘Música a Música’ (2017).

Contudo, o cenário muda agora e Malick consegue mostrar, outra vez, que tem mão de génio para gerir emoções, filmar o poder de um instante e contar uma história com princípio, meio e fim. ‘Uma Vida Escondida’, já em exibição, é o regresso à grande forma do realizador, que sabe como ninguém que um filme deve enaltecer a força da imagem, sem descurar o prazer de uma boa história para contar.

Inspirada num caso verídico, a ação passa-se, em grande parte, em paisagens rurais para ilustrar o amor do austríaco Franz (vivido por um intenso August Diehl) pela mulher, Fani (Valerie Pachner). Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, ele é obrigado a separar-se da família e a alistar-se no exército, ao serviço das forças nazis. Só que, perante a força da sua consciência, o protagonista rejeita prestar lealdade a Hitler, o que lhe custa a liberdade, acabando torturado e acusado de traição.

O peso moral desta decisão transporta esta fabulosa história de afetos, que a espaços é um competente drama de guerra, para um conto triste que se antevê trágico. E é tudo filmado com a subtileza de um génio, capaz de criar uma nova obra-prima.

OUTRAS ESTREIAS

‘Tudo Pela Justiça’

Um jovem advogado (Michael B. Jordan), acérrimo defensor dos direitos civis, vai para Alabama e decide defender um homem que foi condenado à morte por crimes que nunca cometeu. Este drama de tribunal tem ainda no elenco Jamie Foxx, numa interpretação intensa, que tem recebido várias nomeações para prémios de ator secundário.

‘Bad Boys para Sempre’

É a terceira vez que Will Smith e Martin Lawrence se juntam nestes papéis, de novo no registo da obra de ação com pitadas de humor. A dupla parece querer manter-se no lado certo da lei, mas tem também de lidar com algumas crises de meia idade. Pelo caminho, e no meio de muitas peripécias, as personagens vão desmantelar um cartel de droga.

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