Carla Alves, nova Secretária de Estado da Agricultura, tem contas arrestadas.
O primeiro-ministro sustentou esta quinta-feira que a secretária de Estado da Agricultura não é acusada em processo judicial e invocou os princípios de Direito, questionando se se deve demitir a mulher porque o marido é acusado num processo-crime.
Costa considerou que o caso que envolve a secretária de Estado da Agricultura é "um caso particularmente claro", porque se trata de um caso em que "o Ministério Público (MP) já investigou tudo, em que o MP teve acesso seguramente a toda a informação que quis e que pode para investigar, onde o MP, tendo investigado tudo - as contas, o património, isto e aquilo - acusou uma pessoa e só uma pessoa".
"Então e vamos ser nós, vou ser eu a substituir-me ao MP por uma razão que eu não tenho, que eu não conheço e que eu não sei de nada? (...) E vou demitir a mulher de alguém porque o marido é acusado?", inquiriu.
Costa disse que, apesar de não saber "se o marido vai ser condenado", uma coisa que se sabe: "A secretária de Estado não foi acusada de nada".
Perante reparos da bancada do Chega - que perguntavam "e a ética" -, Costa respondeu: "Qual é o caso da ética, é ser casada com alguém que foi acusado? Isso põe em causa a ética?".
"Ó senhores deputados, vamos lá ver o seguinte: a civilização no mundo da Justiça levou muitos séculos a construir e não há populismo de esquerda que faça abanar-me quanto às minhas convicções sobre os princípios do Estado de Direito", referiu.
António Costa respondia à coordenadora do BE, Catarina Martins, que aludiu ao caso da nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, e à polémica em que está envolvida.
Catarina Martins disse que, ao ler jornais, só pode "pensar que seria difícil um Governo do PS fazer tantos favores à direita como este Governo está a fazer".
"A cada caso que é encerrado, a cada nomeação que é feita, abre-se um novo caso", criticou Catarina Martins.
A coordenadora bloquista inquiriu se "não é pelo menos absolutamente imprudente a forma como o Governo tem lidado com as nomeações e com as responsabilidades dos seus membros".
"Não é absolutamente imprudente que, depois de demissões com base em percursos com tanto por explicar, a primeira coisa que o Governo faça nas novas nomeações é mais uma nomeação em que precisa de explicar o que, na verdade, parece tão inexplicável à maioria dos cidadãos deste país?", questionou.
Dirigindo-se ao primeiro-ministro, Catarina Martins perguntou ainda: "Como se pode explicar estes casos?".
"Como se pode explicar esta displicência da maioria absoluta? Esta displicência do PS para com a coisa pública, para com a democracia, para com as suas instituições?", acrescentou.
Na resposta a estas perguntas, António Costa disse surpreendê-lo "muito que seja uma deputada do BE, e que seja a senhora deputada Catarina Martins", a colocar a "questão sobre a necessidade de demitir uma mulher do Governo porque o marido é acusado num processo-crime".
O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.
Em causa estão vários negócios celebrados entre 2006 e 2015, que envolvem também uma sociedade, um empresário e o reitor do antigo seminário deste concelho do distrito de Bragança.
De acordo com a investigação, foram detetadas nas contas do casal ao longo de vários anos divergências entre os valores depositados e declarados.
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