A edição de hoje
Cantor atua este sábado no Meo Arena, em Lisboa.
Correio da Manhã – A sua relação com Portugal é só profissional ou tem algo de sentimental?
Julio Iglesias – Tenho uma relação profunda de carinho e de admiração de mais de 40 anos com Portugal. É uma segunda casa. Quando se conhece Portugal como eu conheço, já há algo em mim que é português.
– Mas o que é que gosta mais?
– Gosto das pessoas. Os portugueses são quentes e autênticos. Gosto da tranquilidade da vida em Portugal. E depois é um dos melhores sítios do Mundo para desfrutar da comida.
– O que acha que deu à música e que a música lhe deu a si?
– A música deu-me tudo o que tenho e permitiu-me conhecer o Mundo inteiro. Vi muitos países desenvolverem-se, o que me dá a ideia de que vivi muito intensamente. Isso é um luxo. À música, eu dei a minha forma de interpretá-la. Acho que passei a ideia de que um artista pode ser mágico, sem ser o que melhor modula a voz ou que chega mais alto. O segredo é emocionar as pessoas.
– Qual é o seu maior defeito?
– Acho que é a perfeição. Estive tantos anos focado na minha carreira que virei um perfecionista. Mas isto também é consequência da paixão que tenho por aquilo que faço.
– Está casado há 25 anos. É possível estar tanto tempo apaixonado pela mesma mulher?
– Pois, parece que sim. A minha mulher foi o melhor que me aconteceu, juntamente com os meus filhos. Estou casado com uma mulher maravilhosa.
– Continua a ser muito assediado pelos fãs?
– Sim, afinal eu ando pelo Mundo inteiro. Mas os fãs sempre foram muito corretos comigo.
– Qual foi a proposta mais atrevida que recebeu até hoje?
– Já tive várias. Umas podem contar-se, outras não. Mas se me perguntar qual a proposta que me deixou mais orgulhoso foi para cantar com o meu amigo Frank Sinatra.
- O que gostaria que o futuro lhe reservasse?
– Gostaria que me desse saúde para continuar a vir a Portugal, para desfrutar de um bom bacalhau com os amigos, ouvir um bom fado e beber um Porto.
Perfil
Julio José Iglesias Puga de la Cueva nasceu em Madrid, a 23 de setembro de 1943. Começou por dedicar-se ao futebol, no Real Madrid, mas uma lesão afastou-o dos relvados. Gravou o 1.º disco em 1969 e já vendeu mais de 300 milhões de cópias. É o cantor que gravou num maior número de idiomas.
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