A edição de hoje
"Não me caiu bem que se tenha portado mal com a equipa técnica", afirmou.
Já conheceu melhores dias a relação entre Vicente del Bosque e Iker Casillas. O treinador, que está de saída da seleção espanhola de futebol, criticou a atitude do guarda-redes durante a presença da roja na fase final do campeonato da Europa, que está a decorrer em França.
"De certeza que Casillas está magoado comigo e entendo-o. Nunca me disse que não queria jogar. Com os seus companheiros esteve perfeito, com a equipa técnica foi assim assim. O único a quem não mandei mensagem foi a Casillas. Não me caiu bem que se tenha portado mal com a equipa técnica", revelou o experiente técnico, em entrevista ao programa El Larguero da Cadena Ser
O jogador do FC Porto foi, pela primeira vez, suplente numa grande prova, tendo a titularidade da baliza dos espanhóis recaído em David De Gea, do Manchester United.
"Fiz o que senti ser o melhor para a equipa. O amuo de Casillas foi apenas connosco. Digo-o com toda a sinceridade. Com os companheiros esteve perfeito. De certeza que conversaremos no futuro. Não pode haver ressentimentos. Conheço o Casillas desde os nove anos e tenho muito apreço por ele. Se calhar errámos com Iker, não sei", acrescentou Del Bosque.
Apesar do atrito entre ambos, o ainda comandante da seleção espanhola elogia a carreira do guardião de 35 anos.
"Deve sentir-se orgulhoso por ter estado tantas vezes na seleção. Pensei em outros guarda-redes e decidi convocar Iker. Temos de sentirmo-nos orgulhosos por termos um jogador com 167 partidas na seleção e não creio que três ou quatro jogos manchem o seu currículo. Se um dia for treinador vai perceber a dificuldade do papel", observou.
Vencedora das últimas duas edições do Euro, em 2008 e 2012, a Espanha foi eliminada nos oitavos-de-final depois de ter perdido diante da Itália por 0-2.
Relação inexistente
Esta sexta-feira, o diário Marca revela que existia uma espécie de guerra fria entre o jogador do FC Porto e a equipa técnica espanhola liderada por Del Bosque.
"O selecionador chegou a França tranquilo. Sabia que o guarda-redes titular seria David de Gea e pensava, desde março, que Casillas iria assumir o seu papel de suplente. Conversas assim o faziam prever. Mas não foi assim. 14 anos depois, Casillas sabia que iria ser suplente", é dito no jornal.
"A partir desse momento foi outro, mudou radicalmente. O guarda-redes começou a sentir-se fora da equipa. Esperava jogar e não assimilou bem o facto de ser suplente. O famoso vídeo do Rambo que partilhou nas redes sociais, onde reivindicava o seu passado e reclamava um tratamento diferente daquele que recebeu. O corpo técnico e alguns colegas não gostaram nada. A relação do jogador com o técnico e os seus adjuntos já não existia. Nem mais uma palavra. Distanciamento total e absoluto, que ficou demonstrado na despedida no aeroporto de Barajas e na ausência de mensagens posteriores por parte de Del Bosque", explica o periódico.
Casillas, de 35 anos, estreou-se na seleção com apenas 19 anos num particular frente à Suécia. Mais tarde, foi titular nas fases finais dos Mundiais de 2002, 2006, 2010 e 2014 e nos Europeus de 2004, 2008 e 2012. Ao serviço da roja, venceu o Mundual da África do Sul em 2010 e dois Europeus, em 2008 e 2012.
O jogador dos dragões contabiliza 167 internacionalizações ao serviço da Roja.
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