Estão proibidos mascarados nas sessões de ‘Joker’. Dispositivo policial visa impedir que a história de 2012 se repita
 
                                    Estava sentado entre aqueles que se preparavam para assistir à sessão da meia-noite do filme ‘O Cavaleiro das Trevas Renasce’, de Christopher Nolan, sem repararem na absurda coincidência do cabelo dele ser tão vermelho como o do vilão da série de ‘comics’ dedicada a Batman, tantas outras vezes já adaptada ao cinema; nem no facto de vinte minutos após o início do filme se ter levantado da cadeira da primeira fila e saído pela saída de emergência junto ao ecrã, cuja porta deixou entreaberta com a ajuda de um calço de plástico.
Soube-se depois, durante o julgamento, que se dirigiu ao seu carro, para voltar logo depois pelo mesmo caminho. O que se seguiu ficou conhecido por ‘massacre do Colorado’.
Sete anos depois foi proibido o uso de máscaras dentro das salas e as autoridades policiais redobraram o dispositivo junto aos cinemas das principais cidades do país, nos primeiros dias de exibição de um dos filmes mais aguardados do ano, ‘Joker’, estreado esta semana em Portugal, em que Joaquin Phoenix encarna na perfeição a jornada desesperada do comediante falido Arthur Fleck até ser um dos vilões de Gotham City.
O filme não vai estrear em Aurora, a cidade onde a 10 de julho de 2012 James Eagan Holmes, um estudante de Medicina de 22 anos, entrou numa sala de cinema para matar doze daqueles que assistiam ao filme de Christopher Nolan, além de ferir outros setenta com tiros das várias armas que tinha consigo e com as granadas de um gás não identificado que então lançou.
A perpétua
Quando a polícia entrou no apartamento, que habitava sozinho, dentro do campus, encontrou ao lado da televisão e do sofá da sala de estar uma série de explosivos artesanais.
A 10 de julho, Holmes saiu de casa e comprou um bilhete de cinema para ver a estreia do filme que tinha como protagonistas Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy e Joseph Gordon-Levitt. Vinte minutos depois da sessão começar, saiu pela porta de emergência e abriu o carro parqueado no exterior, para vestir rapidamente um colete militar de transporte de armas, pôr um capacete do exército, máscara de gás, caneleiras e proteção à prova de bala nas virilhas e luvas.
Quando voltou a entrar atirou duas granadas de gás para o chão da sala, depois disparou a ‘shotgun’ para o tecto, antes de apontar à assistência, sobre a qual ainda disparou com uma semiautomática, uma espingarda e um revólver.
Quarenta e cinco minutos depois do início da sessão de cinema, o polícia Jason Oviatt prendeu Holmes junto ao seu carro, sem que este oferecesse qualquer resistência.
Ao contrário do que sucede neste tipo de crime - por exemplo, no colégio de Columbine, os dois adolescentes que mataram 13 alunos suicidaram-se em seguida -, o universitário não encostou nenhuma das armas que trazia ao seu próprio crânio, dando hipótese a que a defesa em tribunal alegasse insanidade.
Apareceu em tribunal com um olhar malévolo, alheado, cabelos tingidos de vermelho alaranjado - como Joker, imagem que já usava para atrair mulheres no site de encontros Adult Friend Finder.
"Vocês vêm visitar-me à prisão?", perguntou cinco dias antes do massacre a três mulheres que rejeitaram as suas investidas. Acabou condenado a perpétua, depois de sete horas de deliberação dos juízes, que tiveram dificuldade de chegar a consenso relativamente à pena a aplicar pelo morticínio.
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