Correio da Manhã
JornalistaO ministro de Estado e das Finanças, João Leão, é ouvido na Comissão parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).Inicia-se esta sexta-feira a apreciação na generalidade do OE2022.
"Este é um Orçamento que o País precisa", diz ministro das Finanças
O ministro das Finanças garante que o Orçamento do Estado (OE) apoia as famílias portuguesas em situação de pobreza extrema.
O OE apoia ainda os idosos com o aumento de 10 euros nas pensões. O documento prevê um forte apoio ao investimento e à capitaização para as empresas portuguesas.
O Estado vai-se endividar para criar um fundo para a capitalização das empresas, indicou o ministro.
Em 2022 vai ser reforçado o Serviço Nacional de Saúde com um reforço dos recursos humanos, assim como as escolas.
"As nossas escolhas são aquelas que os portugueses merecem e este Orçamento está do lado das famílias e das empresas, promove a recuperação robusta da economia. Este é um Orçamento que o País precisa", disse João Leão.
PSD diz que Orçamento não gera confiança na sociedade
O deputado do PSD, Duarte Pacheco, assinala que a proposta do Orçamento do Estado que o Governo apresenta é um mau Orçamento porque não gera confiança na sociedade, é recheado de propaganda com pouca adesão à realidade.
O Partido Social-Democrata fala em falta de estratégia por parte do Governo neste Orçamento.
"O Governo limita-se a navegar à vista, a falta de apoios à criação de riqueza é muito evidente, não há entidades que se revejam neste diploma", referiu o deputado.
"Que medidas concretas para reforço da economia portuguesa e para a produtividade do trabalho?", questionou.
O ministro das Finanças, João Leão, respondeu ao partido referindo que as "previsões do PSD há um ano, nas críticas à proposta do Orçamento do Estado em 2021, saíram todas ao lado". E acrescentou que Portugal desde 2015 foi, dos países da União Europeia, dos que teve uma maior recuperação económica.
João Leão adiantou que o investimento está acima do previsto e que o reforço no SNS permitiu que o Sistema fosse um exemplo na luta contra a pandemia.
"É um bom orçamento para que seja viabilizado na generalidade", disse o PS
O deputado do Partido Socialista, João Paulo Correia, começou por afirmar que o Orçamento do Estado é um "bom orçamento", em resposta ao PSD.
O PS afirma que este Orçamento "apresenta avanços nas áreas que foram e têm sido consideradas prioritárias não só pelo PS mas para os habituais parceiros que ajudaram a viabilizar orçamentos anteriores".
E voltou a referir: "É um bom orçamento para que seja viabilizado na generalidade".
O ministro das Finanças respondeu ao partido referindo que Portugal foi o primeiro país a estar preocupado com o preço elevado da electricidade e dos combustíveis.
João Leão mencionou ainda que "a alternativa que se oferece ao país e à população é um orçamento apresentado pelo PSD".
“Documento apresentado não inclui propostas do BE”, diz Mariana Mortágua
A deputada Mariana Mortágua diz que o documento apresenta pelo Governo como proposta para o Orçamento do Estado para 2022 não apresenta "as propostas do Bloco de Esquerda".
Relativamente aos cuidadores informais, Mariana Mortágua questiona o ministro das Finanças sobre a verba orçamentada prevista para os cuidadores informais para 2022.
A deputada do Bloco de Esquerda acusa o Governo de ter orçamentado 30 milhões de euros em 2020 e 2021 para os cuidadores, mas apenas ter executado 1% do valor.
Mariana Mortágua acusou ainda a medida do IVA da eletrecidade ser "irrisória" e considera que não é sentida na fatura da luz.
O ministro das finanças respondeu dizendo que não compreende como é que o Bloco pode preferir um Orçamento "à direita" que "corta tudo a todos".
Aproveitando a intervenção, João Leão esclareceu que o pacote de IRS de 2018 centrava-se nos escalões e o deste ano tem uma parte importante centradas nas famílias. "Um pacote acresce ao outro. O outro não desaparece", mencionou.
Sobre os investimentos na saúde, o ministro diz que o que "não faltam são meios financeiros para isso", mas é difícil e um desafio "executar" esses mesmos investimentos.
Orçamento de Estado não responde "a problemas estruturais do país", alerta o PCP
O deputado do PCP, Duarte Alves, considera que o Orçamento de Estado não responde "a problemas estruturais do país", como a necessidade de um aumento considerável do salário mínimo ou o aumento da contratação coletiva.
O partido alerta ainda que o alívio do IRS com a revisão dos escalões não chegará a quem tem rendimentos inferiores a mil euros. "A revisão não atinge os rendimentos baixos e intermédios".
Duarte Alves considera ainda que o investimento público também não é considerado corretamente pelo Governo na proposta de Orçamento.
O ministro das Finanças, João Leão, respondeu dizendo que o executivo está preparado para "melhorar o Orçamento" num quadro que seja bom para o país.
"Em 2019, 2020 e 2021 a massa salarial aumentou entre 12 a 13%", alerta João Leão informando que o está previsto sobretudo para 2022 um quadro de revisão de carreiras, que farão também aumentar o salário mínimo.
João Leão considera que os preços dos combustíveis são uma "preocupação" para o país e que as famílias não podem ser "afetadas" pelo aumento.
"Somos dos poucos países da Europa, senão o único, que está preocupado com o preço dos combustíveis", declarou acrescentando que Portugal tem-se preocupado em diminuir o imposto dos combustíveis.
"O país não merece estar a viver este drama", afirma o CDS
A deputada do CDS começou por dizer que o Orçamento do Estado não tem, até ao momento, a aprovação garantida e considera que não percebe se a ideia do executivo é garantir a aprovação ou "passar as culpas do chumbo para alguém".
Cecília Meireles referiu ainda que "o país não merece estar a viver este drama", com a possível não aprovação do OE2022.
Alertando para o aumento dos combustíveis, a deputada questionou o ministro das finanças sobre a redução de 10 cêntimos por litro, com os portugueses a terem acesso ao desconto através do IVAucher.
João Leão respondeu a Cecília Meireles explicando, novamente que, Portugal é dos únicos países da Europa que se está a preocupar com o aumento dos preços dos combustíveis estando a adotar medidas para reduzir os custos.
"Nada do que disseram me fez perceber porque é que o PS inicialmente votou contra a diminuição dos impostos dos combustíveis", disse a deputada depois de ouvir as considerações de João Leão.
PAN avisa que as previsões do Orçamento do Estado "metem as fichas todas" no PRR
O deputado do PAN, Nelson Silva, avisa que as previsões do Orçamento do Estado ignoram a má execução dos fundos europeus da EU, mas "metem as fichas todas" no PRR.
Posteriormente, o deputado questiona se Portugal terá "uma taxa de desemprego historicamente baixa" ou se "a pandemia vai dar um balde de água fria como aliás na Europa já começou a acontecer".
O ministro das Finanças, João Leão, respondeu dizendo que as questões sobre o PRR são importantes, mas destaca que o potencial que o Plano tem para preparar e acelerar novos investimentos.
"A execução do PRR é fundamental", disse João Leão aproveitando para criticar a intervenção do PAN ao dizer que Portugal tem um histórico muito bom no uso dos fundos europeus.
O deputado do PAN citou também António Guterres para pedir mais medidas no sentido da descarbonização e diz que o partido vai propor a eliminação total da isenção do imposto sobre os combustíveis usados para produzir energia.
Orçamento "tira do IRS o que vai buscar à energia", refere André Ventura
O deputado único do Chega, André Ventura, disse que o Orçamento do Estado "tira de um lado para pôr no outro", nomeadamente "tira do IRS o que vai buscar à energia".
André Ventura fala ainda em "mau sinal" para o Governo o abandono dos patrões da Concertação Social. João Leão não respondue à questão sobre o abandono dos patrões.
Aproveitando todo o tempo de que dispunha para falar, o deputado único referiu que Portugal apresenta a terceira maior dívida da União Europeia, algo que é "preocupante".
Relativamente ao IRS jovem, André Ventura refere que se as contas forem feitas "ao fim de cinco anos o apoio é apenas de 5 euros/mês", um apoio que "noutros países é muito melhor".
"Como é que podem dizer que este é o Orçamento aos jovens?", vincou o deputado.
João Leão, respondeu falando em "aumentos drásticos de impostos sobre os jovens e sobre a restauração" noutros países. O que não acontece em Portugal porque o país quer ter um Orçamento "bom para as empresas e para as famílias", refere o ministro das Finanças.
João Cotrim Figueiredo diz que OE2022 “é um mau Orçamento”
João Cotrim Figueiredo, deputado único da Iniciativa Liberal, começou por dizer que Orçamento do Estado proposto para 2022 é um "mau Orçamento".
O deputado aproveitou ainda para vincar que 12 países em 2024 vão crescer bem mais do que Portugal, segundo dados que consultou.
No final do tempo que dispunha para a intervenção, João Cotrim Figueiredo disse que João Leão quer criar a "ideia de que vai devolver algo aos portugueses", quando na realidade "apenas vai devolver" o dinheiro do imposto dos combustíveis.
O ministro das finanças aproveitou para esclarecer que somos o segundo país "que mais cresce na Europa" e sobre o IRS referiu, mais uma vez, que Portugal é dos poucos países que faz um IRS para os jovens e para as famílias.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.