O Presidente português despediu-se de Kiev em festa. Furou o protocolo, sentou-se numa esplanada e bebeu uma cerveja e tirou as habituais ‘selfies’.
Um final épico para dois dias memoráveis. Marcelo disse adeus a Kiev quebrando mais uma vez o protocolo, sentando-se numa esplanada da principal avenida da capital ucraniana a beber uma cerveja com o embaixador português, Alves Machado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho, e a embaixadora ucraniana em Portugal, Maryna Mykhailenko. Rapidamente se juntou uma multidão e o Presidente não resistiu em tirar ‘selfies’ com vários cidadãos ucranianos. "Uma cervejinha que soube muito bem", referiu Marcelo, salientando a normalidade aparente de um país que está em guerra.
Horas antes, o chefe de Estado concretizou o que toda a gente já sabia: o convite a Volodymyr Zelensky para visitar Portugal. "O que posso dizer neste momento é que tenho esperança de o ver mais rapidamente do que pensava em Portugal", disse Marcelo, acrescentando que "os termos em que isso acontecerá demorarão um bocadinho" a ser conhecidos.
Na cerimónia oficial que celebrou o Dia da Independência da Ucrânia, e perante vários chefes de Estado de outros países (Lituânia, Noruega e Bósnia), Marcelo foi o único a fazer o discurso em ucraniano. "Parabéns, Ucrânia! Portugal estará, e está, sempre com a vossa independência. No passado – na condenação da intolerável invasão russa, no presente – no apoio, todo ele – à vossa legítima defesa, sem a qual não haveria, nem haverá, paz e segurança na Europa. No futuro – na União Europeia e na NATO.
Um abraço para todo o corajoso e indomável povo ucraniano", concluiu Marcelo, deixando ainda a garantia de que Portugal vai apoiar a Ucrânia "até quando for necessário". O Presidente português teve ainda oportunidade de opinar sobre a morte de Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo de mercenários Wagner. "Acho completamente irrelevante", comentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Telemóveis à porta e embargos obrigatórios
A visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia aconteceu rodeada de fortes medidas de segurança, sobretudo nos encontros que partilhou com Volodymyr Zelensky. Todos os compromissos onde o Presidente ucraniano está seguem um rigoroso protocolo. Esta quinta-feira, na cerimónia de celebração do Dia da Independência, onde Marcelo falou em ucraniano, os telemóveis tiveram de ser colocados em ‘modo voo’ e todos os equipamentos que permitem as equipas de reportagem fazer diretos tiveram de ficar à porta. Antes, um forte contingente militar verificou os passaportes e todos os que quiseram assistir tiveram de passar pelo detetor de metais.
No palácio presidencial as medidas são ainda mais rigorosas. Há cães pisteiros que passam a pente fino malas e equipamentos à procura de explosivos. E os telemóveis nem podem entrar na sala.
A par das restrições nas comunicações, existem sempre embargos sobre os encontros. As informações só podem ser transmitidas pelos jornalistas depois de terem terminado. No caso do encontro entre os dois Presidentes, as declarações só foram tornadas públicas uma hora depois.
Forças ucranianas fazem incursão simbólica na Crimeia
Unidades das Forças Especiais ucranianas fizeram na madrugada desta quinta-feira uma breve incursão na Crimeia, junto às localidades de Olenivka e Mayak, numa operação simbólica que coincidiu com as celebrações do Dia da Independência da Ucrânia. Durante a incursão, as forças de Kiev hastearam a bandeira ucraniana no território controlado pelos russos desde 2014. "Todos os objetivos da operação foram alcançados", revelou o Ministério da Defesa, adiantado que as forças ucranianas usaram pequenas embarcações para alcançar a costa e infligiram múltiplas baixas ao inimigo.
Condecorado com Ordem sem ninguém ver
O Presidente da República condecorou o homólogo da Ucrânia com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade em cerimónia privada. "Recebeu [a condecoração], obviamente, mas foi numa cerimónia não pública", disse Marcelo, na Rua Khreshchatyk, a mais conhecida de Kiev. O chefe de Estado indicou que a cerimónia realizou-se "de maneira discreta" que caracteriza Zelensky. O Presidente já tinha anunciado em fevereiro a intenção de condecorar o Presidente ucraniano.
Memórias para Pacheco e Soares
Convidados pelo Presidente para integrar a comitiva que visitou Kiev, Pacheco Pereira e João Soares não resistiram em tirar uma foto com Marcelo em frente dos destroços de um tanque russo, colocado na avenida principal da cidade.
E TAMBÉM
Falsificação histórica
O embaixador russo junto das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, acusou a Ucrânia de "falsificar a sua própria história", dando o exemplo de alegados livros escolares que ensinam que "portugueses descendiam dos antigos ucranianos". "Que bem pode advir deste delírio e heresia históricos?", questionou.
Consenso em Portugal
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sublinhou o "alargado consenso" que existe em Portugal sobre o "apoio inequívoco à Ucrânia".
Acompanhar
O Presidente assinalou que Portugal "tem experiência" em missões internacionais em África e pode acompanhar a atividade de grupos "não africanos [referindo-se ao Grupo Wagner] que operam naquele continente".
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